Flagra em carro oficial do interior e posse da ex-deputada Rose Modesto como superintendente da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) marcaram a semana política de Mato Grosso do Sul. Além disso, o cenário contou com operação contra fraude em licitações, votação do arcabouço fiscal e reuniões partidárias.
Logo no início da semana, um secretário municipal e a funcionária pública, ambos de Jaraguari, foram flagrados “aos amassos” dentro do carro oficial. Na terça-feira (16), o prefeito do município, Edson Rodrigues Nogueira (PSDB), disse que os dois são casados com terceiros.
O caso foi flagrado em Campo Grande. Em menos de 24h, o secretário foi exonerado do cargo e a prefeitura adotou fiscalização dos carros oficiais.
Levantamento do Jornal Midiamax aponta que a administração de Jaraguari pagou quase R$ 30 mil em diárias para servidores viajarem a serviço. O valor é relativo aos cinco primeiros meses deste ano.
Além da exoneração, a prefeitura de Jaraguari afastou e suspendeu, pelo prazo de 30 dias, o salário da servidora flagrada nesta semana aos ‘amassos' com o secretário municipal.
Rose Modesto assume a Sudeco
Na quarta-feira (17), a Rose Modesto assumiu a Sudeco. Emocionada, prometeu ajudar ‘muita gente' e lembrou trajetória política.
Para a senadora Tereza Cristina (PP), Rose terá olhar especial para MS enquanto comanda a Sudeco. Presente na posse da ex-deputada, o presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar (PE), garantiu que Rose tem espaço garantido no partido.
Já o ex-governador André Puccinelli (MDB), afirmou que ‘não faltam convites, não só do MDB' para a superintendente. O ex-ministro e ex-conselheiro da Itaipu Binacional, Carlos Marun (MDB/MS), disse que Rose é ‘quadro importante para MS' e que merece todo o apoio.
Além deles, o irmão de Rose, deputado Rinaldo Modesto (Podemos), prestigiou a superintendente. Enquanto o deputado e coordenador da bancada federal de MS, Vander Loubet (PT), disse que Rose irá ‘consolidar em realidade o que Lula pregou em campanha, a frente ampla'.
Por fim, o vice-governador José Carlos Barbosa (PP), o Barbosinha, disse que a superintendente leva ‘equilíbrio' para a Sudeco.
Midiamax em Brasília
Nesta quarta-feira (17), o Jornal Midiamax fez cobertura da bancada federal de MS direto de Brasília. Na Câmara, os deputados instalaram três CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito). Assim, os parlamentares participarão da investigação de apostas esportivas, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da empresa Americanas.
No mesmo dia, parlamentares protestam contra a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) após cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Deputados de MS participam do movimento ao lado de Eduardo Bolsonaro e Kim Kataguiri (União Brasil).
Logo, partiram para votação do arcabouço fiscal. A bancada de MS se dividiu na votação, com maioria favorável, e o projeto agora deve ser colocado em votação até a próxima quarta-feira (24).
Operação contra fraudes
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrou uma operação contra servidores de Sidrolândia, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande. Assim, a investigação aponta que a fraude em licitações começou há seis anos no município.
Contudo, a prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), afirmou que trabalho nas secretarias segue ‘normal' após operação do Gaeco. Uma das empresas alvo da investigação levou R$ 900 mil em quatro dias.
Além disso, faturou cerca de R$ 2,3 milhões em cinco meses de 2023. Os contratos vão desde chaveiro até merenda escolar.
Justiça e processos de parlamentares de MS
A Justiça condenou a Fundação de Cultura de MS por um evento realizado no Parque das Nações Indígenas em 2017 e aplicou multa de R$ 20 mil. Após ter pedido negado, moradora de Campo Grande questionou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) local adequado para enterro de animais de estimação.
Então, o Ministério instaurou processo administrativo para acompanhar quais as medidas são tomadas pelo município de Campo Grande com a destinação final de animais.
Foi anulada a cassação do mandato de Rogério Rohr (PSD), vereador de São Gabriel do Oeste que derrubou um muro em denúncia de obra do município. Assim, o vereador teve o pedido deferido e o decreto administrativo que cassou o mandato de Rohr foi anulado.
Ainda nesta semana, a Justiça anulou a cassação do mandato de Rogério Rohr (PSD), vereador de São Gabriel do Oeste que derrubou um muro em denúncia de obra do município. O MPMS se manifestou a favor da condenação do deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) pelo crime de injúria racial.
Isso porque em 2018, ele publicou um comentário em uma rede social em que dizia que iria “comprar meu pedaço de caibro para começar meus ataques” e “perseguir os gays, os negros, os japoneses, os índios”.
O deputado também tenta manter o mandato na Assembleia de MS. A ação de investigação judicial eleitoral que pode cassar o madato de Rafael Tavares foi distribuída ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite de terça-feira (17). Assim, vale destacar que esta é a última instância na qual o político pode reverter a decisão.
Reuniões partidárias
MS começou a semana com reuniões entre lideranças do MDB e PSDB. Entre eles, os ex-governadores Reinaldo Azambuja (PSDB), André Puccinelli (MDB) e a ministra Simone Tebet (MDB).
Após Puccinelli afirmar que ‘é cedo para discutir 2024‘, o governador Eduardo Riedel (PSDB) confirmou que o encontro não tratou das eleições municipais. Apesar disso, o ex-governador emedebista disse que não descarta ser candidato a prefeito de Campo Grande nas próximas eleições, em 2024.
O ex-senador Waldemir Moka é o nome de consenso para presidir o MDB em MS a partir de agosto de 2023. Isso é o que afirmou Puccinelli após as reuniões.
Na mesma semana, o atual presidente do MDB, deputado Junior Mochi, convidou o vereador e presidente da Câmara de Campo Grande, Carlos Augusto Borges (PSB), para integrar a legenda. O convite visa as eleições de 2024.
Logo, com as eleições em vista, prefeitos do interior que tentarão reeleição trocam de partido. É o caso do prefeito de Miranda, Fábio Florença (PDT), prefeito de Iguatemi, Lídio Ledesma (PP), e o prefeito de Tacuru, Rogério Torquetti (Patriota).
