Na primeira metade do ano, 22 mulheres foram mortas de forma violenta em MS

Mato Grosso do Sul registou pelo menos 18 feminicídios em 2020, são dois a menos do que os ocorridos no mesmo período em 2019. No entanto, outras quatro mulheres foram assassinadas violentamente em Campo Grande, a princípio casos que não tratam de violência doméstica, sendo o último a morte de Carla Santana Magalhães, ainda em […]

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Mato Grosso do Sul registou pelo menos 18 feminicídios em 2020, são dois a menos do que os ocorridos no mesmo período em 2019. No entanto, outras quatro mulheres foram assassinadas violentamente em Campo Grande, a princípio casos que não tratam de violência doméstica, sendo o último a morte de Carla Santana Magalhães, ainda em investigação.

No dia 2 de janeiro, Lívia Gaúna Acosta, de 30 anos, foi morta a tiros durante um desentendimento com o marido, o policial Adalberto Duarte da Silva, 51 anos. A princípio, a discussão e o crime teriam acontecido na frente do filho do casal, um adolescente de 17 anos, que ainda presenciou o pai cometer suicídio após a morte da esposa.

Menos de uma semana depois, em 8 de janeiro, Keila Varanda de Souza de 32 anos morreu na Santa Casa. Ela foi vítima de uma pedrada que levou do marido, de 42 anos, em 10 de novembro de 2019, em Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. A vítima morreu exatos 59 dias após o crime, que passou a ser tratado como feminicídio.

Na primeira metade do ano, 22 mulheres foram mortas de forma violenta em MS
Regiane foi morta pelo ex a tiros (Arquivo, Midiamax)

Já em 18 de janeiro, Regiane Fernandes de Farias foi vítima de feminicídio aos 39 anos. A florista foi surpreendida pelo ex-marido Suetônio Pereira Ferreira, 57 anos, quando chegava no trabalho. Assim, ele atirou contra a vítima, que morreu após ser levada para a Santa Casa de Campo Grande. O autor do crime ainda tentou cometer suicídio, foi levado ao hospital e preso.

Um dia depois, em 19 de janeiro, Nicole Teixeira Amorim foi assassinada com dois tiros pelo marido, de 19 anos. A jovem tinha 17 anos e morava em São Gabriel do Oeste, a 133 quilômetros da Capital. A partir das investigações, foi apurado que o bebê do casal, de apenas 3 meses, estava na residência no momento do crime e o autor acabou preso em flagrante.

Casos registrados em fevereiro

Fevereiro foi o mês marcado por três mortes, todas na última quinzena do mês. Jucileide Barbosa de Oliveira, de 40 anos, foi assassinada a golpes de martelo na madrugada de 20 de fevereiro em Fátima do Sul, a 237 quilômetros de Campo Grande. As investigações levaram até Ivonil Gomes de Freitas, 41 anos, namorado da vítima que acabou preso dois dias depois.

Quatro dias depois, em 24 de fevereiro, Rosenilda dos Santos Além, de 38 anos, foi morta a facadas pelo namorado em Sidrolândia, a 70 quilômetros da Capital. O autor do crime, Emerson Claudio Favero, 42 anos, tentou suicídio após o crime, mas não conseguiu e foi preso em flagrante.

No último dia do mês, entre a noite do dia 29 e a madrugada de 1º de março, Maxelline Santos de 28 anos foi morta pelo ex-namorado Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos. O guarda municipal foi até a casa onde a vítima estava com amigos e atirou contra ela, além de matar também Batista de Souza, de 32 anos. O guarda ficou foragido por 5 dias, até que foi preso após intensas ações da Polícia Civil.

Mortes no mês da mulher

No dia 9 de março, Regina Bispo Ramos, de 42 anos foi assassinada a facadas em Rio Brilhante, a 158 quilômetros de Campo Grande. Ela foi morta em casa, enquanto recebia conhecidos em uma confraternização, e o autor de 23 anos se entregou à polícia quatro dias depois.

Já no fim do mês em que é celebrado o Dia da Mulher, Eusébia Clara Leite Pereira, de 26 anos, foi morta com um tiro no rosto pelo ex-marido Guga Martins. O crime aconteceu em Água Clara, a 192 quilômetros de Campo Grande, no dia 26 e o autor foi preso em flagrante.

Mulheres assassinadas em abril

No dia 3 de abril, Ariadini Molina, de 26 anos, foi morta com um tiro na cabeça pelo ex-marido Reinaldo Dei Carpes, 39 anos. O crime aconteceu a 135 quilômetros de Campo Grande, em Anastácio, e o autor foi preso em maio, no Mato Grosso.

Menos de uma semana depois, em 9 de abril, Antônia Carlos Sales foi morta a golpe de facão pelo próprio filho no Universitário. O homem de 45 anos foi preso e as investigações identificaram que ele tinha deixado uma clínica de reabilitação havia 10 dias, por conta da pandemia do coronavírus.

Na primeira metade do ano, 22 mulheres foram mortas de forma violenta em MS
Lucas foi preso após as investigações (Arquivo, Midiamax)

Já em 14 de abril, Maria Graziele Elias de Souza, de 21 anos, foi morta pelo ex-namorado Lucas Pergentino Câmara, 26 anos. Ele foi preso 11 dias após o crime e então confessou que matou a vítima asfixiada na casa dele, deixou o corpo da jovem na cama durante toda a tarde e depois levou as margens da rodovia BR-262.

Foi em 5 de abril que Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, desapareceu. Desde então as investigações levaram até Rômulo Rodrigues Dias, 33 anos, marido da vítima. Ele acabou preso e indiciado pelo feminicídio, sob a suspeita de ter inclusive esquartejado a esposa, mas não confessou o crime.

Em 1º de abril foi registrada a morte de Sônia Estela Flores dos Santos, 22 anos, assassinada com um tiro quando estava dentro do carro. Ela estava no banco do passageiro e a polícia afirma que o alvo era o marido, que dirigia o veículo no Jardim Noroeste. Ainda segundo as investigações, o rapaz é ex-faccionado e essa teria sido a motivação.

Seis mortes em maio

Maio foi o mês marcado por cinco feminicídios, além do assassinato de uma mulher. No primeiro dia do mês, Graziele Kelly Ferreira Gomes, de 39 anos foi encontrada morta em uma fossa atrás de uma casa na Morada Verde. O autor do crime, Edson Camargo, de 39 anos, o ‘Hulk’, foi detido no dia seguinte.

Dez dias depois, em 11 de maio, faleceu Celeide da Silva de Souza, de 35 anos. Ela ficou internada dois dias na Santa Casa, com graves queimaduras após o marido Marcelo Adriano Rocha, de 34 anos, atear fogo na vítima. O crime aconteceu no dia 9, quando o homem foi detido e chegou a negar o crime, mas teve a prisão preventiva decretada.

Também no dia 11, foi morta Elza Lima Soares, de 46 anos. Ela foi assassinada pelo ex-genro, que invadiu a casa para tentar matar a filha da vítima, que também acabou ferida a tiros. Após os crimes, ocorridos na casa das vítimas em Costa Rica, a 384 quilômetros da Capital, o autor cometeu suicídio.

Na noite do dia 14, Valéria Ribeiro, de 30 anos, foi assassinada pelo ex-marido em Paranaíba, distante 407 quilômetros de Campo Grande. Ele foi até a casa da vítima, entrou em luta corporal com ela, tentou atirar e por fim matou a ex com uma faca que pegou na cozinha. O autor do crime prestou esclarecimentos à polícia e teve a prisão decretada.

Na primeira metade do ano, 22 mulheres foram mortas de forma violenta em MS
Ex de Marilei foi preso tentando fugir da cidade (Divulgação)

Já no dia 16, Marilene Rocha Duarte foi encontrada morta em um terreno em Ponta Porã, a 346 quilômetros da Capital. Ela foi assassinada a golpes de faca no pescoço, mas o crime não teria relação com violência doméstica. Um casal foi preso pelo crime no dia 20 do mesmo mês.

No fim de maio, dia 28, Marilei Ramos de 33 anos foi cruelmente assassinada pelo ex Jair Soares de Oliveira, 32 anos. O crime aconteceu em Costa Rica, quando a vítima dormia com o namorado Gilcione Rodrigues Martins, de 34 anos, que também foi assassinado a facadas pelo autor. No quarto ainda estava a filha de 3 anos da vítima, que não sofreu ferimentos. Um dia depois o autor do crime foi preso tentando fugir do Estado.

Últimos casos

O último feminicídio registrado no Estado aconteceu em 26 de junho. Aldennir Soares da Silva, de 35 anos, foi morta com 24 facadas pelo marido, Veronil Pereira da Rocha, 45 anos. O crime aconteceu em Chapadão do Sul, a 330 quilômetros de Campo Grande e a mãe da vítima também foi ferida a facadas ao tentar defender a filha.

Em 3 de julho foi confirmada a morte de Carla Santana Magalhães, de 25 anos. A jovem foi sequestrada na frente de casa na noite de 30 de junho, no Tiradentes. As investigações apontam que ela sofreu violência sexual e foi morta ainda na madrugada de 1º de julho, mas só dois dias depois o corpo da vítima foi deixado na esquina da casa. O caso ainda é investigado.

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