Casos de feminicídio chegam a 14 no MS e se igualam ao mesmo período de 2019

A morte de Elza Lima Soares, 46 anos, marca o 14º feminicídio em Mato Grosso do Sul, homicídio qualificado pela violência doméstica. O crime que aconteceu na noite de segunda-feira (11) em Costa Rica, a 384 quilômetros de Campo Grande, faz o número de mortes de mulheres por motivações no âmbito familiar chegar ao mesmo […]

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A morte de Elza Lima Soares, 46 anos, marca o 14º feminicídio em Mato Grosso do Sul, homicídio qualificado pela violência doméstica. O crime que aconteceu na noite de segunda-feira (11) em Costa Rica, a 384 quilômetros de Campo Grande, faz o número de mortes de mulheres por motivações no âmbito familiar chegar ao mesmo registrado neste período em 2019.

De 1º de janeiro até este 12 de maio, já foram 14 as mulheres vítimas de feminicídio no Estado. O número se iguala a 2019, ano que teve um aumento de casos nos seis primeiros meses, se relacionado a 2018, conforme os dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). O último caso registrado no Estado foi nesta segunda-feira, quando Elza foi morta a tiros pelo ex-genro, que sem falar nada entrou na casa e atirou.

A penúltima vítima também morreu nesta segunda-feira. Cleide da Silva, de 35 anos, ficou em estado grave após o marido jogar álcool e atear fogo nela, enquanto estava deitada na cama. Com 70% do corpo queimado, a então moradora em Anastácio foi encaminhada para a Santa Casa de Campo Grande, onde ficou dois dias internadas e morreu nesta segunda-feira (11).

Casos de feminicídio chegam a 14 no MS e se igualam ao mesmo período de 2019
Regiane, Maxelline, Graziele Elias, Graziele Gomes

Só em Campo Grande, 5 mulheres já foram vítimas de feminicídio neste ano. São elas Graziele Kelly Ferreira Gomes, 39 anos, morta e jogada em uma fossa nos fundos de uma residência. Regiane Fernandes de Farias, 39 anos, florista morta a tiro pelo ex-namorado. Maxelline Santos, assassinada pelo ex-namorado e guarda municipal na casa de amigos. Antônia Carlos Sales, 72 anos, morta a golpes de facão pelo próprio filho em casa e Graziele Elias de Souza, 21 anos, morta pelo ex-namorado asfixiada, na cama dele.

Todos os autores dos crimes em Campo Grande foram presos. Ainda é investigado se Graziela Pinheiro Rubiano, 36 anos, também foi vítima de crime por violência doméstica. Ela está desaparecida desde o dia 5 de abril e o marido chegou a ser preso pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), mas não confessou o crime. O caso ainda é investigado.

Não se cale, denuncie

Romper o ciclo de opressão e denunciar as agressões pode garantir que a história das vítimas de violência doméstica não sofram um trágico fim. Há dispositivos, como as medidas protetivas, que atuam na defesa dessas mulheres. Também existem vários canais disponíveis para denúncia e esclarecimentos acerca da violência doméstica, bem como sobre quais os direitos delas. Confira:

Ligue 180: é uma central telefônica que atua como um disque-denúncia. É um programa nacional que recebe denúncias de assédio e violência contra a mulher e as encaminha para os órgãos competentes.

190: telefone da Polícia Militar. Tanto este contato quanto o 180 são serviços gratuitos que funcionam 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.

Clique 180: aplicativo para celular que traz diversas informações importantes, como os tópicos da Lei Maria da Penha.

Casa da Mulher Brasileira: localizada na Rua Brasília, Lote A, Quadra 2 – Jardim Imá, em Campo Grande. Funciona 24h, todos os dias da semana.

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