Que otimize a gestão, diz Contar sobre uso de depósitos judiciais por Reinaldo

Único voto contrário dos 16 deputados estaduais que participaram do pleito realizado na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (30) sobre a flexibilização do uso de depósitos judiciais pelo Governo do Estado, Capitão Contar frisou que ao invés de mudar leis, deveria-se melhorar a gestão dos recursos. “Se o Estado precisa de recursos, que otimize a gestão, […]

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Deputados em sessão na Assembleia (Luciana Nassar
Deputados em sessão na Assembleia (Luciana Nassar

Único voto contrário dos 16 deputados estaduais que participaram do pleito realizado na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (30) sobre a flexibilização do uso de depósitos judiciais pelo Governo do Estado, Capitão Contar frisou que ao invés de mudar leis, deveria-se melhorar a gestão dos recursos.

“Se o Estado precisa de recursos, que otimize a gestão, enxugando gastos e estimulando a atividade econômica. Os fundos foram criados para atender a fins específicos e suas regras devem ser respeitadas. Isso vale para qualquer fundo”, dispara.

Recentemente, o deputado também se posicionou contra a flexibilização das finalidades do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul). Os recursos do fundo estão sendo usados para obras diversas, inclusive na área urbana, e apresentados como inovação no programa Governo Presente.

Contar, então, apresentou projeto para que o dinheiro do Fundersul não possa ser utilizado em áreas urbanas. Durante o lançamento do Governo Presente em Campo Grande, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) deixou claro o desagrado com a proposta.

“Embora alguns projetos cheguem muito rápidos e com quebra de interstício, não me furto do trabalho de analisar todos eles. Quando não concordo, possivelmente acabo destoando dos demais na hora da votação”, afirma o deputado, ao falar sobre ser o único a votar contra o projeto proposto por Reinaldo.

O projeto chegou à Assembleia na terça-feira (29) e foi para análise do plenário em primeira votação já esta quarta. “As leis existem para regrar a administração pública e não considerei positiva a flexibilização do uso e do ressarcimento dos recursos do referido Fundo por parte do Estado”, finaliza Contar.

Flexibilização do uso e forma de pagamento

A proposta, que ainda não tem data para segunda votação, vai criar um novo cálculo para definir o valor a ser restituído pelo Estado para o fundo onde ficam os depósitos judiciais. Lei de 2015 permitiu que o Estado usasse 70% do valor aplicado na conta, o que foi mudado em 2018, aumentando para 80% a quantia.

Com o fundo reserva limitado a 20%, o Governo ficou desobrigado a restituir R$ 140 milhões. Porém, a imposição de que houvesse restituição em até 48 horas toda vez que o fundo ficasse abaixo dos 20% continuou a existir. E é justamente isso que Reinaldo quer mudar com o projeto enviado à Assembleia.

Se aprovado em definitivo e sancionado, o Governo do Estado poderá negociar o pagamento em condições diferentes do estabelecido em lei, abrindo brecha, inclusive, para reposições parceladas e com prazo maior de carência.

A situação já gerou desaprovação da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul), que prometeu entrar com ação do STF (Supremo Tribunal Federal) contestando a lei, assim como já fez em 2017, ao entrar em ADIn (Ação Direta de Inconstitucionalidade) da Procuradoria Geral da República contra a lei de 2015.

“Tem até usurpação de poder porque o Judiciário depois que determina o pagamento acabou, tem que estar lá o dinheiro”, afirmou em outra matéria do Jornal Midiamax o presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche.

Até meados de 2018, o Estado já tinha usado R$ 1,5 bilhão do fundo, que ficou perto do esgotamento. Para não precisar restituir dos próprios cofres R$ 140 milhões, foi feita mudança na lei, reduzindo em 10% o limite. Outros R$ 280 milhões que ficaram na reserva são oriundos do acordo feito com a Cesp.

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