A igreja Cristo Luz dos Povos é um templo com 55 anos de existência que atravessam a história de Campo Grande, onde está localizada. Erguida antes de a cidade se tornar a capital de Mato Grosso do Sul, acabou virando depois a primeira paróquia diocesana do novo estado brasileiro. O tempo passou e o lugar se manteve intacto nos detalhes arquitetônicos e artísticos que preservam sua identidade.
A história continua com Dom Antônio Barbosa, personagem que ordenou a paróquia e também carrega um título pioneiro, o de primeiro bispo de Campo Grande. O nome da igreja, e daí toda a sua identidade, veio da inspiração que ele teve ao ter contato com a Constituição Dogmática do Concilio Vaticano II, a “Lumen Gentium” que, traduzida para o português, significa “Cristo é a Luz dos Povos”. Num significado amplo, entende-se da frase que “a Igreja é a Família de Jesus; portanto, a continuidade visível de Jesus no mundo”, de acordo com documento de apresentação da igreja escrito pelo atual pároco, padre Odair Costa.
Dos vitrais coloridos e muito bonitos até grandes e pesadas portas de madeira entalhada com representações religiosas, a paróquia é repleta de detalhes artísticos para apreciar. Esses dois elementos, os vitrais e as portas, contam juntos a história do mundo e de Jesus Cristo segundo passagens bíblicas, explica a secretária da paróquia, Lucimaira Freitas, que recepciona pessoas diante de um entalhe que mostra a Virgem Maria e Santa Isabel.
A madeira, aliás, é daquelas que perfumam o lugar e que hoje quase não se usa mais na fabricação de móveis. É possível que seja mogno, acreditam o pároco e o responsável pela comunicação da paróquia, Júlio Costa. O piso e o altar foram feitos em mármore. A combinação de madeira e mármore dá à igreja um ar mais antigo, mas tudo aparenta ser muito recente devido ao perfeito estado de conservação.
Quanto ao estilo arquitetônico final da Cristo Luz dos Povos, Júlio afirma que é o contemporâneo, embora elementos internos possam ser inspirados em outros.
Símbolos
Logo no portão, há um símbolo que se repete no altar. São as iniciais P e X do idioma grego, que podem ser lidas como J. C., as de Jesus Cristo. Elas são um monograma, explica a equipe da paróquia, uma combinação de letras que formam um símbolo.
Chamam atenção também as letras A e Z presentes na pintura lateral ao sacrário Elas representam o início e o fim de tudo, dizem Júlio e Lucimaira.
Só subindo no altar para reparar a técnica de pintura das letras e também do globo terrestre que está à frente das pernas e pés da figura de Jesus Cristo. A porção continental verde do planeta, pintada em alto-relevo, dá a ideia de vegetação e de valor às riquezas naturais.
As representações de Jesus, suas mãos e pés, além do globo, estão relacionadas à identidade da igreja. “Suas palavras, suas mãos para abençoar, para perdoar, seus pés para buscar os que sofrem. Somos o Corpo de Cristo. A Igreja é templo de Deus, porque está no coração daqueles que O buscam”, diz um trecho do documento de apresentação da igreja que pode ajudar a interpretar a imagem.
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Atividades modernizam igreja
O ambiente conserva ares da tradição católica, mas a comunidade da igreja movimenta atividades alinhadas à modernidade. “Inúmeras atividades sociais, pastorais, redes sociais ativas, acampamentos, retiro para músicos, retiro para as mulheres que teremos pela primeira vez e muitas outras coisas”, enumera Júlio Costa.
Um dos projetos sociais de maior destaque da atualidade da paróquia, é a entrega voluntária de 6 mil marmitex por mês para pessoas em situação de rua. “A Cristo Luz dos Povos realmente vem vivendo a sua identidade. Estamos trabalhando para ser a luz dos povos em toda a nossa cidade, de forma acolhedora e animadora”, conclui o responsável pela comunicação.
A Paróquia Cristo Luz dos Povos está localizada na Avenida Bandeirantes, 2306, Bairro Amambai.
