Funcionários de entidades protestam contra demissões e vão acampar em frente ao Fórum
Contratados via Seleta e Omep não receberam informações oficiais
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Contratados via Seleta e Omep não receberam informações oficiais
Após semana conturbada e com decisão judicial que determinou a demissão de 4,3 mil funcionários contratados via Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária e Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar do Estado de Mato Grosso do Sul), os trabalhadores foram à Praça Ary Coelho para protestar. Munidos de cartazes e gritando que não são ‘fantasmas’, eles relatam a incerteza profissional que vivem. Isso porque tanto as entidades, quanto a Prefeitura não se pronunciaram oficialmente.
Desta forma, as informações que os contratados têm são as que foram veiculadas na imprensa. O que eles sabem é que ficarão sem emprego, não podem mais entrar nos locais de trabalho nem mesmo para pegar seus pertences e não há explicação de como será feita a rescisão, pagamento do 13º salário e a remuneração referente ao mês de dezembro.
Assistente social na SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) há 10 anos e contratada via Omep, Janusia Fátima de Souza, 52 anos, avalia a situação em que foi colocada como ato de crueldade. “Fomos praticamente expulsos nos nossos locais de trabalho, nem pudemos pegar nossos pertences, agendas, nada”, disse à reportagem do Jornal Midiamax.
A psicóloga Lucinéia de Jesus Oliveira tem 32 anos e trabalha há 4 na Seleta. Ela conta que não sabe como vai se planejar financeiramente, tendo em vista que a forma como o pagamento será feito é desconhecida. “Temos família, precisamos saber”, reclamou.
Mesma opinião da recreadora Ângela Maria Soares, 32 anos. Ela atua no Ceinf (Centro de Educação Infantil) da Vila Jussara e completa, “não assinamos nada, nem pegamos nossas carteiras de trabalho. Como vamos procurar outro emprego?”.
Investigação
A decisão do juiz David de Oliveira Gomes Filhos partiu do pedido do procurador de Justiça Marcos Alex Vera. Na última terça-feira (13) foi deflagrada a Operação Urutau que apura contratações irregulares e funcionários fantasmas para desviar verba pública por meio das entidades.
A presidente da Omep, Maria Aparecida Salmaze, chegou a ser presa, mas conseguiu habeas corpus para substituir a prisão por medidas cautelares. O mesmo ocorreu com a responsável pela creche Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Kelly Ribeiro. A contadora da Seleta, Ana Cláudia Pereira também teve temporária decretada.
Após cumprimento de conduções coercitivas e 14 mandados de busca e apreensão, Marcos Alex descreveu a investigação e o que foi coletado para pedir providências imediatas por parte da Justiça. Poucas horas depois o juiz atendeu a solicitação e determinou o rompimento imediato dos convênios entre as entidades e a Prefeitura, além da demissão de todos. Para substituí-los serão convocados concursados.
Protesto
Outro ato está marcado para próxima segunda-feira (19). Às 8h eles se reúnem na Praça do Rádio, junto à equipe do Senalba (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul). De lá vão para frente do Fórum, na Rua da Paz, e devem montar acampamento no local por tempo indeterminado.
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