Em 10 minutos, traficantes descarregavam cargas milionárias de cocaína de aviões em fazenda de MS
Pista teria sido construída para o tráfico
Renata Portela –
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Funcionário de uma fazenda em Paranhos, a 477 quilômetros de Campo Grande, usada para o tráfico de cocaína, revelou à polícia que o tempo entre o pouso de uma aeronave carregada com a droga e a decolagem era de aproximadamente 10 minutos. Nos dias 8 e 9 de fevereiro deste ano mais de uma tonelada da droga foi apreendida no local e, na quinta-feira (2), arrendatário da fazenda foi preso.
Em depoimento, um dos funcionários revelou que o arrendatário dizia que construía a pista de pouso para quando o dono da fazenda fosse visitar. Naquele dia 9 de fevereiro, quando grande quantidade de cocaína foi apreendida no local, um funcionário revelou que em aproximadamente 10 minutos o entorpecente foi descarregado.
Segundo ele, por volta das 9 horas o avião pousou na pista e vários homens foram até o local. Em menos de 10 minutos, o avião novamente decolou. A apreensão milionária de pasta base e cloridrato de cocaína foi feita pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira).
A primeira apreensão, no dia 8 de fevereiro, foi de grande carregamento de cocaína que estava enterrada ao lado da pista de decolagem para aviões. No dia quatro pessoas foram presas em flagrante, após os policiais que faziam patrulhamento verem a aeronave decolando em uma fazenda próxima.
Na entrada da propriedade rural, duas pessoas foram abordadas, mas o avião não foi localizado, pois já tinha decolado. No dia seguinte, os militares retornaram na propriedade rural e encontraram fardos do entorpecente, também enterrados ao lado da pista de pouso. Desta vez, ninguém foi preso.
Denunciados por tráfico de cocaína
Em março, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou quatro pessoas pelo tráfico de drogas e associação criminosa. Segundo apurado nas investigações, as aeronaves sobrevoavam em baixa altitude, o que levantou a suspeita dos policiais militares naquele dia, já que a prática é feita para burlar a fiscalização dos radares aéreos.
Na denúncia é esclarecido que cada quilo do entorpecente custa entre 4 a 5 mil dólares. Assim, a droga apreendida foi avaliada em pelo menos 4,57 milhões de dólares. Foi feito pedido de prisão do arrendatário da fazenda, que foi localizado em Coronel Sapucaia, na última quinta-feira, pela Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira).
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