Corpo de Bombeiros de MS vai apurar caso de cabo que manteve mulher em cárcere privado

Polícia foi chamada pela psicóloga da vítima durante uma consulta

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(Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Foi aberto um procedimento para apurar o caso do cabo dos bombeiros que manteve a esposa de 52 anos em cárcere privado por cerca de sete dias, em Campo Grande. Durante uma consulta com uma psicóloga, a polícia foi acionada para fazer o resgate da vítima. A mulher era proibida até de ir ao banheiro.

Segundo resposta enviada ao Jornal Midiamax, pela assessoria de comunicação dos bombeiros, o processo para apuração já foi instaurado. Em setembro de 2021, o cabo foi julgado incapaz definitivamente para o serviço de bombeiro. A portaria foi publicada no dia 22 de setembro de 2021.

Já no Diário Oficial do Estado de terça-feira (3), foi publicada a reforma ex officio por incapacidade definitiva do Corpo de Bombeiros, com proventos integrais à paridade do cabo. A portaria foi assinada pelo diretor-presidente da Ageprev, Jorge Oliveira Martins.

A mulher contou quando resgatada pelos policiais que era controlada o tempo todo pelo namorado, que olhava todas as suas mensagens no WhatsApp e a mantinha trancada em casa, sendo que ela só podia sair quando ele permitia. 

Mantida em cárcere

Ela ainda falou que o autor salvava os números de telemarketing que ligavam para ela com nome de homens e dizia: “são os machos dela ligando”. No dia 23 de abril, o casal foi até a casa de um dos filhos da vítima para lavar roupas, e lá estavam os pertences da filha dela, que mora no exterior.

Em determinado momento, ela pediu para ir ao banheiro e ele colocou a mão em sua barriga dizendo que não precisava. A mulher acabou urinando e defecando nas roupas por não conseguir segurar. Ele ainda disse para ela: “Você não vai confessar quem você está protegendo? Quem você vai levar para o túmulo com você?”

‘Fez o mesmo com minha mãe’

O filho do bombeiro em relato ao Jornal Midiamax disse que a sua mãe sofreu as mesmas agressões durante 35 anos. Ele relatou que o pai sempre foi autoritário e que sofreria de transtornos psiquiátricos, além de problemas com uso de drogas. Sobre isso, o rapaz afirmou que o pai já teria até sido internado uma vez, mas que o médico teria concedido alta. “Foi um decisão contra a minha vontade e contra a vontade da família, queria que ele permanecesse por mais tempo”, afirmou.

Ao Jornal Midiamax, o rapaz relatou episódio no qual a mãe e as irmãs tiveram que fugir de casa, pois o pai estaria fazendo ameaças, inclusive ao neto, filho de uma das irmãs. Ele ainda conta que só vê o pai em local público, e que a última vez foi em uma sorveteria.

Com medo e insegurança após a denúncia que veio à tona nesta terça-feira (3), o rapaz afirmou que pediu que a mãe e as irmãs se trancassem e se cuidassem, pois, o pai teria comprado uma arma de fogo. “Ele é vingativo”, afirmou.

“Sou contra tudo isso que ele fez e está fazendo, quero que ele pague por isso”, ressalta o filho do homem denunciado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

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