‘O mesmo que fez com minha mãe, mas por 35 anos’, diz filho de homem que manteve mulher em cárcere

Rapaz afirma que pai teria comprado arma e recomendou que mãe e irmãs se tranquem, pois o autor é vingativo

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(Foto: Henrique Arakaki, Midiamax/Ilustrativa)

“O que ele fez com a mulher que fez a denúncia, ele fazia com minha mãe, mas durante 35 anos”. A declaração é do filho do homem de 54 anos, acusado de manter a namorada presa em cárcere privado por ao menos sete dias, em Campo Grande.

Ao Jornal Midiamax, o rapaz — que tem 32 anos e que não será identificado —, relatou que o pai sempre foi autoritário e que sofreria de transtornos psiquiátricos, além de problemas com uso de drogas. Sobre isso, o rapaz afirmou que o pai já teria até sido internado uma vez, mas que o médico teria concedido alta.

“Foi um decisão contra a minha vontade e contra a vontade da família, queria que ele permanecesse por mais tempo”, afirmou.

Ao Jornal Midiamax, o rapaz relatou episódio no qual a mãe e as irmãs tiveram que fugir de casa, pois o pai estaria fazendo ameaças, inclusive ao neto, filho de uma das irmãs. Ele ainda conta que só vê o pai em local público, e que a última vez foi em uma sorveteria.

Com medo e insegurança após a denúncia que veio à tona nesta terça-feira (3), o rapaz afirmou que pediu que a mãe e irmãs se trancassem e se cuidassem, pois, o pai teria comprado uma arma de fogo. “Ele é vingativo”, afirmou.

“Sou contra tudo isso que ele fez e está fazendo, quero que ele pague por isso”, ressalta o filho do homem denunciado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

O caso

Mantida em cárcere, uma mulher de 52 anos conseguiu escapar após ser mantida presa pelo namorado de 54 anos durante sete dias, em Campo Grande. Conforme o relato, ela só podia sair de casa com a autorização do homem. O caso foi registrado como sequestro e cárcere privado, além de ameaça e violência doméstica, na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

A mulher contou que estava em um relacionamento com o autor há seis meses, sendo que no começo tudo era normal. Porém, com o passar do tempo, o homem teria mudado de comportamento, e passado a ser agressivo e a desconfiar de tudo. A vítima relatou, ainda, que o seu celular era controlado por ele, que olhava todas as mensagens.

Ela ainda falou que o autor salvava os números de telemarketing que ligavam para ela com nome de homens e dizia: “são os machos dela ligando”. No dia 23 de abril, o casal foi até a casa de um dos filhos da vítima para lavar roupas, e lá estavam os pertences da filha dela, que mora no exterior.

Em determinado momento, ela pediu para ir ao banheiro e ele colocou a mão em sua barriga dizendo que não precisava. A mulher acabou urinando e defecando nas roupas por não conseguir segurar. Ele ainda disse para ela: “Você não vai confessar quem você está protegendo? Quem você vai levar para o túmulo com você?”

A vítima só conseguiu fugir quando disse que tinha horário marcado na psicóloga. Já no consultório, a médica ligou para a polícia pedindo ajuda. O autor não foi encontrado.

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