A melancia ‘do caminhão’ é realmente mais gostosa que a vendida nos supermercados?

No caso da melancia, muita gente afirma, com veemência, que a vendida nos supermercados é diferente e tem qualidade inferior aquela oferecida nos caminhões. Será que é verdade?

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melancia
Caminhão de melancia em avenida de Campo Grande. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Olha aí freguesia, melancia doce, doce, olha a melancia!

Olha a melancia…doce que nem mel e a preço de papel…

Quem aí nunca ouviu o locutor vendendo frutas, seja passando no bairro ou estacionado em alguma avenida de Campo Grande? No caso da melancia, muita gente afirma, com veemência, que a vendida nos supermercados é diferente e tem qualidade inferior daquela oferecida nos caminhões. Será que é verdade?

Uma cliente, que não quer se identificar, pediu ao MidiaMAIS para esclarecer se as melancias vendidas nestes locais são as mesmas, já que o sabor, para ela, realmente é diferente.

O vendedor Júlio César Araújo, de 20 anos, que vende melancias há 3 anos, garante que não. “Meia hora antes de vocês chegarem aqui, eu atendi uma cliente, reclamando que tinha comprado uma melancia no mercado e pagou R$ 25 no pedaço, sendo que ela estava toda passada. Ela até falou que era pra ter vindo aqui um dia antes, mas não deu tempo”, contou ao vendedor para a equipe de reportagem.

Vendedor explica que melancia é selecionada nos caminhões. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Vendedor explica que melancia é selecionada nos caminhões. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Arrependida, a cliente teria comprado uma melancia inteira com o vendedor, que fica com o caminhão estacionado na Avenida Cônsul Assaf Trad, região norte da cidade. “Aqui nós vendemos a R$ 35 a inteira e R$ 20 a metade. É tudo fresquinho, vem de Goiás geralmente. Eu parto ao meio na hora e aí o cliente já consegue ver a qualidade”, comentou o vendedor.

Questionado sobre a origem do produto e se é o mesmo vendido nos supermercados, Júlio diz que não. “A gente pega direto da roça, é fresca. Pegamos carga nova toda semana e vende em, no máximo, uma semana e meia. Estou nesse ramo há um tempo e aqui a gente seleciona, o que é de refugo [resto] é vendido para quem faz lavagem para os porcos ou em outros lugares que pega. No mercado, eles vendem tudo, não tem essa seleção”, falou.

Ao todo, Júlio diz que ele e outros vendedores atuam em vários pontos da cidade, com melancias e outras frutas nos caminhões. “Aqui também é direto da roça. Toda semana pegamos e aí tem fornecedor de Goiás, São Paulo e até do Tocantins. São vários fornecedores e separamos refugo também”, afirmou o vendedor Emanuel Lucas, de 17 anos, que encontramos na avenida Lúdio Coelho.

Melancia é partida ao meio na hora, caso o cliente queira. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Melancia é partida ao meio na hora, caso o cliente queira. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Concorrência desleal?

Em defesa ao que foi dito pelos vendedores do caminhão, funcionários de supermercados falam outra versão. Segundo alguns deles, que não serão identificados pela reportagem, já que vão desde gerentes aos proprietários, os vendedores que atuam nos caminhões estariam vendendo de forma desleal.

“Eles não pagam impostos e geram, para nós, uma concorrência desleal. É um assunto bem delicado, que não é tratado como brincadeira”, comentou um deles.

Como escolher uma boa melancia?

Seja no supermercado ou no “caminhão de frutas”, veja o que você pode fazer para não errar na escolha da melancia. E te adianto: não é só dar um tapinha na fruta, como muita gente diz…

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