Mesmo com ordem do STF, grupo resiste em ‘cercadinho’ em frente ao CMO

STF ordenou fim dos acampamentos, manifestantes começaram a desmontar barracas na segunda, mas grupo resiste

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Tapumes improvisados para cercar barracas. (Foto: Henrique Arakaki / Midiamax)

Mesmo com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) proibindo acampamentos em frente a quartéis, pequeno grupo de manifestantes resistem em ‘cercadinho’ montado no canteiro da Avenida Duque de Caxias, no CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande, na manhã desta terça-feira (10).  A desmontagem do acampamento começou no fim da manhã de ontem (9), mas parte do grupo permanece no local.

Por volta das 7h, era possível notar pelo menos quatro barracas no gramado, cercadas por tapumes improvisados com pedaços de madeira e lona. Toda a estrutura de tendas que protegiam o grupo do sol e chuva foram retiradas e apenas um banheiro químico continua disponível para uso dos manifestantes. Uma moto também estava estacionada em cima do gramado.

Lixo deixado no canteiro da Avenida. (Foto: Henrique Arakaki / Midiamax)

Na extensão do canteiro, montanhas de lixo retiradas do acampamento estão às margens da avenida, onde também estão fixadas bandeiras do Brasil e faixas com pedidos de socorro às Forças Armadas e indicando “luto” e “guerra”.

Enquanto nossa equipe de reportagem estava na Avenida, viatura da Polícia Militar passou, mas não parou pelo local. 

Em resposta ao desrespeito à determinação que proibiu os acampamentos, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), indicada para fazer a retirada em caso de resistência, afirmou que “está acompanhando pessoalmente todas as fases do cumprimento da ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes”.

“Inclusive, hoje solicitamos o apoio do Exército Brasileiro para logística. Temos 24 horas para cumprir a ordem e estamos adotando todas as providências para que o prazo seja obedecido, não somente no acampamento de Campo Grande/MS, mas de todos os outros pontos no Estado”, finalizou.

Desmonte de acampamentos

A desmobilização da manifestação ocorre horas após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar o fim dos acampamentos e até prisão em flagrante de manifestantes que se recusarem a desmobilizar os atos, considerados pela Corte de terem intenções golpistas.

Neste domingo (8), milhares de manifestantes participaram de ato no Distrito Federal. A manifestação terminou em invasão de prédios públicos do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. O patrimônio público foi depredado, incluindo danos a obras de arte e itens que fazem parte da história do Brasil.

Mais de 200 pessoas foram presas e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), foi afastado do cargo por 90 dias. Ainda no domingo, o Governo Federal determinou intervenção federal na segurança pública de Brasília.

Em Campo Grande, após os atos em Brasília, manifestações foram registradas em frente ao CMO, com carreatas que reuniram centenas de pessoas na tarde do domingo. Trecho da BR-163 também chegou a ser fechado por manifestantes, mas foi liberado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na madrugada desta segunda.

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