Acampamento em frente ao CMO é desmontado após decisão do STF e invasão no Distrito Federal
Sejusp informou que cumprirá decisão do Supremo enquanto tendas começam a ser retiradas
Aliny Mary Dias, Danielle Errobidarte –
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Dois meses e 9 dias após o início do acampamento que abrigou apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com os resultados das eleições presidenciais de outubro de 2022, as barracas em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, começam a ser desmontadas, no fim da manhã desta segunda-feira (9).
A desmobilização da manifestação ocorre horas após o STF (Supremo Tribunal Federal) determinar o fim dos acampamentos e até prisão em flagrante de manifestantes que se recusarem a desmobilizar os atos, considerados pela Corte de terem intenções golpistas.
Neste domingo (8), milhares de manifestantes participaram de ato no Distrito Federal. A manifestação terminou em invasão de prédios públicos do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. O patrimônio público foi depredado, incluindo danos a obras de arte e itens que fazem parte da história do Brasil.
Mais de 200 pessoas foram presas e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), foi afastado do cargo por 90 dias. Ainda no domingo, o Governo Federal determinou intervenção federal na segurança pública de Brasília.
Em Campo Grande, após os atos em Brasília, manifestações foram registradas em frente ao CMO, com carreatas que reuniram centenas de pessoas na tarde do domingo. Trecho da BR-163 também chegou a ser fechado por manifestantes, mas foi liberado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na madrugada desta segunda.
Barracas desmontadas em Campo Grande
Após a decisão do STF sobre o fim dos acampamentos em todo o Brasil, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul) informou que cumprirá, em até 24 horas, a ordem de desmontar os pontos de concentração.
No entanto, antes mesmo das ações policiais, manifestantes e empresa terceirizada responsável pela locação das tendas iniciaram a desmontagem dos abrigos por volta das 10h30 desta segunda.
Nesta manhã, cerca de 12 tendas ainda restavam no acampamento. A desmobilização do movimento começou com desmontagem de tendas. Os itens das estruturas são colocados em veículos, que devem retirar todo o aparato instalado há dois meses no canteiro central da avenida. Além de tendas, faixas, bandeiras e banheiros químicos devem ser retirados do canteiro ao longo do dia.
Cerca de 9 tendas e 10 manifestantes permanecem no local. Uma equipe da Polícia Militar, que desde a manhã monitora o movimento, segue acompanhando a desmobilização, sem intervir.
Polícia Civil notifica manifestantes
Pouco depois do início da desmontagem das barracas, equipes da Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) foram até o acampamento e colaram notificações para a retirada de objetos.
Conforme o aviso, barracas, tendas, banheiros, móveis e tudo o mais que estiver no canteiro precisa ser retirado.
O texto reforça que a ordem ocorre após decisão do STF, desta madrugada, que deu prazo de 24 horas para o fim dos acampamentos em todo o Brasil.
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