Após apurar estoque de Coronavac nos municípios, MS aguarda ‘reforço’ de doses para iniciar aplicação em crianças

Secretário de Saúde disse que está sendo apurado o estoque de cada município e também aguarda nota técnica do Ministério da Saúde para definir a aplicação

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Mato Grosso do Sul aguarda o reforço de doses, da Coronavac, para iniciar a campanha de vacinação com o público de 6 a 17 anos. Ao Jornal Midiamax, o secretário de estado de Saúde, Geraldo Resende, ressaltou nesta manhã (21) que está sendo apurado o estoque de cada município. Ao mesmo tempo, a pasta aguarda nota técnica do Ministério da Saúde para definir a aplicação. A data prevista para o início da vacinação é segunda-feira (24).

“Estamos aguardando esta nota técnica, do Ministério da Saúde, para definir aplicação da Coronavac em crianças e também o resultado do debate ontem, que houve com a  Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. A princípio, a determinação foi para o uso de 6 a 17 anos”, ressaltou o secretário. 

Ainda conforme Geraldo, a remessa que deve chegar vai reforçar o processo de vacinação infantil, com uma distribuição de quantitativo que respeitará o estoque em cada estado. Até o momento, o que foi apurado é que o Estado possui cerca de 13 mil doses disponíveis. 

“Nós sabemos que outros estados estão com estoque maior da vacina da Coronavac e aí vamos ver como será usada também em crianças nesta faixa etária. Sei que tem estado que tem estoque muito grande e não as usam na população adulta. Isso não houve por aqui, já que fomos prevenidos ao longo do tempo”, disse. 

Estoque em MS é de 13,7 mil doses da Coronavac

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) dispõe de estoque de 13,7 mil doses da Coronavac, que deverá garantir o início imediato da vacinação. Para isso, é preciso ocorrer apenas a liberação do Ministério da Saúde, que publicará portaria autorizando a vacinação. São exatas 13.730 doses da vacina, pioneira na imunização no país, liberada para uso emergencial desde 17 de janeiro de 2021 e em MS, iniciada a vacinação em 18 de janeiro de 2021.

Mato Grosso do Sul tem população de 301.026 crianças com idades entre 5 e 11 anos. Deste público, 11.369 já receberam a primeira dose da vacina pediátrica da Pfizer. O Estado já recebeu dois lotes de doses, com 18,3 mil vacinas cada para a imunização dos menores, somando 36,6 mil doses. A expectativa é que a liberação acelere a imunização do grupo.

Vale lembrar que, de acordo com o aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as doses da Coronavac vacinarão pessoas com idades de 6 a 17 anos — crianças com 5 anos seguirão tomando o imunizante da Pfizer. A liberação da vacina para este público foi unânime, com todos os cinco diretores sendo favoráveis.

Coronavac para crianças e adolescentes

A Anvisa decidiu nesta quinta-feira (20) autorizar a aplicação da vacina CoronaVac em crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, incluindo um veto ao uso em pessoas com baixa imunidade, os imunossuprimidos. 

A CoronaVac já é usada ou foi autorizada em crianças de diferentes faixas etárias em pelo menos seis países e em Hong Kong:

  • Camboja: começou a vacinar crianças a partir dos 5 anos em novembro
  • Chile: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em setembro
  • China: já começou a aplicar a vacina em crianças a partir dos 3 anos
  • Colômbia: começou a aplicar a vacina em crianças de 3 a 11 anos em 31 de outubro
  • Equador: aprovada para crianças de 5 a 11 anos em outubro
  • Hong Kong: aprovada para crianças a partir dos 3 anos em novembro. A previsão era de que crianças a partir de 5 anos começassem a ser vacinadas nesta semana
  • Indonésia: começou a aplicar a vacina em crianças de 6 a 11 anos em dezembro; já vacinava adolescentes de 12 a 17 anos

Idade e baixa imunidade

A mudança na faixa etária e a restrição ao uso em pessoas com baixa imunidade foi defendida na análise de Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Anvisa.

“Por que 6 a 17 anos? Porque são os dados que nós temos com maior informação e maior sugestão de desempenho. Esses dados são do Chile, dos estudos de efetividade do Chile. Isso também é corroborado pelos pareceres das sociedades médicas”, disse o gerente de medicamentos.

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Foto: Graziela Rezende/Midiamax

Ao sugerir o veto ao uso em imunossuprimidos, Mendes não apontou risco de efeitos adversos, mas sinalizou que essas crianças têm condição de saúde diferente que exige uma proteção ainda maior.

“As crianças imunocomprometidas precisam de uma atenção especial, principalmente no que diz respeito à eficácia. (…) O estudo do Chile não tem essa divisão, não dá para saber o impacto disso nas doses aprovadas. Com os dados que temos no momento ainda não temos certeza de que a CoronaVac vai garantir a proteção mínima necessária para esse publico”, complementou Gustavo Mendes.

Crianças e adolescentes imunossuprimidos têm como alternativa a vacina da Pfizer, aprovada sem restrição de público a partir dos 5 anos.

Sem necessidade de receita médica em MS

O Governo de Mato Grosso do Sul autorizou os municípios a vacinar crianças entre 5 e 11 anos sem a necessidade de receita médica. A exigência é que apenas os pais ou responsáveis — com o documento da criança — compareçam com elas nos postos de vacinação do SUS (Sistema Único de Saúde).

No último dia 27 de dezembro, conforme apurou a reportagem, houve uma reunião com representantes dos 79 municípios — em convocação extraordinária — para discutir a questão. Dessa forma, o que antes era apenas uma opinião do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, foi discutido e referendado na CIB (Comissão Intergestores Bipartite). 

Conforme Resende, no momento da vacinação, o adulto responsável deverá estar com documentos de identificação da criança, como a carteira de vacinação e a certidão de nascimento ou documento de identidade, por exemplo.  Em Campo Grande, para fazer o cadastro é necessário acessar a página na internet: http://vacina.campogrande.ms.gov.br/

A Pfizer pediátrica

A autorização concedida pela Anvisa veio após análise técnica criteriosa de dados e estudos clínicos conduzidos por laboratório. Segundo a equipe técnica da Agência, as informações avaliadas indicam que a vacina é segura e eficaz para o público infantil, conforme solicitado pela Pfizer e autorizado pela Anvisa.

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