A aparente crise econômica que afeta todo o país, incluindo Corumbá, não foi o bastante para barrar o aumento de 30% no salário dos secretários do município, comandado por (PSDB) desde 2017, quando o então prefeito, Ruiter Cunha, morreu após cirurgia na tentativa de corrigir um aneurisma abdominal.

O aumento corresponde a R$ 3.770, elevando o valor bruto recebido mensalmente pelos secretários de R$ 12.480 para R$ 16.250. Levando em conta que o salário mínimo aprovado para 2020 foi de R$ 1.031, o aumento dado por Iunes para seus ‘braços direitos' na gestão municipal equivale há mais de três salários mínimos e meio.

Publicado na edição de terça-feira (17) do Diário Oficial de Corumbá, o aumento fica estabelecido na lei 2.715/19 e tem validade de três anos. Para que o reajuste fosse concedido por Marcelo Iunes, ele precisou ser aprovado pelos vereadores.

Segundo o projeto, o aumento é válido a partir de 1º de janeiro de 2021. Além disso, o salário do vice-prefeito, cargo vago atualmente, foi atualizado para R$ 19,5 mil, com direito a receber 13º salário e 1/3 de sua remuneração como em janeiro.

Beneficiado diretamente

O aumento concedido por Marcelo Iunes pode beneficiar diretamente sua esposa, Amanda Cristiane Balancieri Iunes, que é secretária especial municipal de Cidadania e Direitos Humanos, além de sua cunhada Glaucia Antonia Fonseca dos Santos Iunes, que atua como secretária municipal de Assistência Social.

Porém, como o aumento passará a valer apenas em 2021 e 2020 é ano de eleição municipal, não há nada que garanta a continuidade da atual administração à frente da prefeitura de Corumbá. Um de seus possível concorrentes deve vir do MDB. Entre os cotados, estão o ex-prefeito Paulo Duarte e o vereador Gabriel Alves.

A gestão de Iunes, apesar de ter apenas dois anos, é marcada por vários problemas, como nomeação irregular de parentes em funções administrativas, inclusive, com recomendação do Ministério Público para exonerar um de seus cunhados – porém, o prefeito se antecipou e exonerou dois cunhados.

Já o seu atual secretário de Saúde, Rogério do Santos Leite, precisou ser exonerado do cargo de médico ultrassonografista por ser constatada ilegalidades em sua nomeação. Outra situação que chamou a atenção foi a contratação do laboratório da família, o Citolab, para prestar serviços por R$ 1 milhão para a prefeitura.