Entre atropelamento e ameaças, candidatos de MS repudiam escalada da violência na campanha

Candidatos foram questionados sobre os últimos incidentes de violência política pelo Brasil

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Foto: Midiamax.

Morte, disparo de arma de fogo em diretório e atropelamento são alguns dos episódios de violência política que ocorreram nestas eleições. Candidatos a governador e senador de Mato Grosso do Sul repudiam a escalada da violência na campanha das Eleições de 2022.

O caso de violência política da última quinta-feira (1º), em que o ex-ministro e candidato a deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) atropelou um motoboy, preocupa os candidatos de MS. Nesta quinta-feira (1º), a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, sofreu atentado na porta da própria casa. Foi feito um disparo de arma de fogo em direção à vice-presidente.

Ainda nesta quinta-feira, o diretório estadual do PSDB em São Paulo foi alvo de um disparo de arma de fogo durante a noite. Além dos episódios recentes, vale lembrar que em julho houve a morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

Candidatos em MS

Considerando os últimos três fatos de violência relacionada à política e outros casos destas Eleições, os candidatos de MS lamentam a agressividade presenciada nestas eleições. Para o candidato a governador André Puccinelli (MDB), “qualquer tipo de violência, no período eleitoral ou fora dele, deve ser combatida com determinação e firmeza pelas autoridades”.

O emedebista afirmou ao Jornal Midiamax que política, religião e nem time de futebol são motivos para briga. “É lamentável e absurda a polarização que vivemos hoje e que tem por consequência episódios de violência”, pontuou.

“Serei rigoroso, determinado e intransigente com qualquer ato de violência”, disse André, ao afirmar que “uma sociedade civilizada e democrática não pode transigir com manifestações de violência”.

Para o também candidato a governador Adonis Marcos (Psol), “a violência é sempre o pior caminho para a democracia”. Ele acredita que a escalada de violência política torna o “cenário das eleições muito mais perigoso”.

O candidato firmou o compromisso “de buscar a paz, de fazer uma campanha de propostas, pontuando o que não achamos correto, porém sempre com respeito às escolhas pessoais”. Por fim, disse que “precisamos de paz no país e em Mato Grosso do Sul”.

Violência x democracia

Além de se solidarizar com a vice-presidente da Argentina nas redes sociais, a candidata ao Governo de MS Giselle Marques (PT) disse que “a democracia deve ser o nosso maior valor”.

Para ela, esse valor foi construído ao longo da história brasileira, com liberdade de expressão e o direito de voto. “Não podemos compactuar com a onda de violência motivada e justificada pela intolerância política”, afirmou.

Giselle acredita que “a sociedade deve avançar em relação ao que já conquistamos. É preciso respeitar a opinião, a escolha de cada cidadão”. A candidata acredita que este é o caminho para uma sociedade sem violência.

“Espero que a intolerância política, religiosa e de gênero sejam afastadas do nosso meio social”, finalizou Giselle. Já o candidato Eduardo Riedel (PSDB) acredita que MS não enfrenta um aumento de violência eleitoral, como o resto do país.

“Pelo contrário, há uma redução significativa dos índices de criminalidade, fruto de uma política pública que privilegia segurança pública, fortalece e valoriza as forças estaduais de segurança”, disse o candidato ao Governo do Estado. Ao Jornal Midiamax, ele destacou que MS é o “2º Estado mais seguro do país”.

Riedel também informou que irá “ampliar as ações de fortalecimento da segurança pública e reduzir ainda mais os índices de criminalidade”. Para o diretório estadual do PCO, que tem Magno Souza como candidato ao Governo, os episódios de violência são “reflexos da morte do sistema político”.

“Os explorados do MS e do País sabem que só a lei do mais forte vigora no Brasil. O companheiro Magno de Souza e os índios brasileiros em especial conhecem essa realidade na pele, literalmente”, destacou o partido político. Segundo o diretório, o cenário não irá melhorar com “propaganda brega sobre um amor que não existe para milhões de enlutados pela pandemia”.

Eles acreditam que os episódios podem ser tratados com “correta preparação para o que a realidade impõe. No PCO defendemos o direito ao armamento civil e o fim de qualquer restrição ao democrático direito à autodefesa”. O candidato Capitão Contar disse que o seu “posicionamento é pelo respeito à vida e à verdade”.

Ameaças de violência em MS?

Em MS, os candidatos a Senador não sentiram violência política até o momento. Os candidatos que responderam à reportagem afirmam não fazer uso de seguranças.

O candidato ao Senado por MS Anizio Tocchio (Psol) também acredita que a violência é fruto da polarização política. “É extremamente preocupante essas situações que colocam em risco a vida das pessoas, estamos vendo que o Brasil está se encaminhando para uma polarização política, e isso é uma ameaça à democracia”, lamentou.

No cenário de MS, ele afirma que um dos candidatos a deputado federal pelo Psol passou por ataques virtuais. “Sofreu ameaças e crimes de homofobia de grupos bolsonaristas, por estar usando uma camiseta com a pauta que ele acredita e defende, isso preocupa todos nós”, relatou.

Anizio ressaltou que “é extremamente necessário o reforço da defesa da democracia”. Para o também candidato ao Senado, Jeferson Bezerra (Agir), o aumento de violência é causado por “muitos grupos que hoje estão brigando e se ameaçando, por medo de perder o grande mandato que tem o grande grupo político”.

Considerando a própria candidatura, Jeferson disse que não sente riscos de violência política. “Ando com o povo, não tenho segurança, ‘malemá’ tenho motorista. Nós não precisamos até o momento de segurança”, afirmou.

Para o candidato a senador Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), a democracia deve ser palco de diálogo e confronto de ideias de forma não violenta. “Quem não tem respeito pelo contraditório, não deveria estar na política porque ela é feita do contraditório”, afirmou.

O candidato disse que o clima de discussões pode estar dentro de grupos de amigos ou familiares também, e “acaba desencadeando alguns episódios de violência, é consequência da polarização e da constante incitação ao ódio”. Sobre violência política durante a campanha por MS, ele afirma que encontra o respeito nas ruas do Estado.

“Não tenho segurança e continuo andando por todos os lugares. As pessoas respeitam quando a gente pede respeito e se dá o respeito”, disse. Ele lembrou que a “luta deve ser contra a fome, as drogas, a falta de investimentos em saúde, ciência e educação”. Por fim, pediu reflexão da população sobre o cenário de violência eleitoral. “Também espero que os líderes convoquem as pessoas para fazerem eleições pacíficas no país”.

Candidatos acreditam no diálogo

Diferente de outros candidatos, o candidato do PT ao Senado, Tiago Botelho, afirmou que sente medo diante do cenário de violência política no Brasil. Ele também lembrou do ataque à vice da Argentina e disse que durante a campanha, tem tomado cuidado.

“A política que eu defendo é a política de não violência, é a política do diálogo, a política da divergência no campo das ideias, eu não odeio ninguém que está concorrendo contra mim, pelo contrário, eu tenho propostas diferentes da Tereza Cristina, do Mandetta e do Odilon, mas respeito eles enquanto pessoas e não quero que eles sejam atacados por ninguém”, disse. Para ele, política deve ser realizada com respeito e diálogo.

“Estou com medo sim, uma vez que o Bolsonaro e o bolsonarismo é violento, muitas vezes passa do campo de ideias para as agressões físicas, mas ao mesmo tempo tenho certeza que vamos continuar lutando e mostrando que política não é violência, política é diálogo e respeito”, finalizou.

Para o candidato Juiz Odilon (PSD), “as eleições não correm risco nenhum. Todavia, quem se excede tem que ser punido”. Assim como outros candidatos, ele também cita a polarização no cenário nacional.

“Os partidos políticos deveriam se esforçar mais na intermediação de uma convivência pacífica”, apontou. Sobre o ataque ao diretório, ele acredita que “aquele deputado que efetuou o disparo deve ser processado por delito de disparo e sofrer processo por quebra de decoro parlamentar. Político tem que defender a paz e praticar a paz”.

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