MS não adere a iniciativa de governadores que mira US$ 20 bilhões dos EUA contra desmatamento

Mato Grosso do Sul ainda estuda ser um dos estados signatários de iniciativa que pretende apresentar ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, carta na qual assumem estar preparados para colaborar com questões climáticas. A carta para Biden é iniciativa do Fórum Nacional de Governadores e articulada pelo CBC (Centro Brasil no Clima) e mais […]

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queimadas no Pantanal
(Foto: Henrique Arakaki/Midiamax)

Mato Grosso do Sul ainda estuda ser um dos estados signatários de iniciativa que pretende apresentar ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, carta na qual assumem estar preparados para colaborar com questões climáticas.

A carta para Biden é iniciativa do Fórum Nacional de Governadores e articulada pelo CBC (Centro Brasil no Clima) e mais entidades ambientalistas, de olho em um fundo estadunidense de aproximadamente US$ 20 bilhões que seria destinado ao Brasil para combater o desmatamento, sobretudo na Amazônia.

A destinação desses recursos foi ponto afirmado por Joe Biden durante a campanha presidencial nos EUA – o presidente também afirmou que aplicaria sanções ao Brasil caso o país não “pare de desmatar”.

A iniciativa inédita de governadores aposta na autonomia dos Estados para driblar a crise diplomática brasileira no globo, bem como os imbróglios ambientais do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). No texto, os governadores signatários afirmam ter preparo para colaborar com os Estados Unidos na preservação do meio ambiente no Brasil.

A carta deverá ser apresentada ao governo estadunidense no próximo dia 22 de abril, quando ocorre a Cúpula dos Líderes Climáticos, convocada pelos EUA. O texto atual propõe ações baseadas em quatro eixos essenciais de cooperação: Descarbonização, Recuperação Florestal, Recursos Internacionais e Cultura Ecopolítica. O documento também traz referências para a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, com base em créditos de descarbonização e de carbono.

Até o momento, de acordo com a CDC, 22 estados já assinaram a carta, dentre eles, Mato Grosso, Goiás, estados da região centro-oeste com características econômicas e climáticas semelhantes a MS. Pará e Amazonas, estados com maior parte do bioma amazônico, também são signatários.

Procurado pela reportagem, o titular da Segov (Secretária de Governo e Relações Institucionais de MS) admitiu que Mato Grosso do Sul ainda estuda assinar a carta. As chances seriam grandes do Estado tornar-se signatário, mas com ressalvas ou mudanças para que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) possa se posicionar.

“Estamos olhando a carta com mais detalhes, discutindo com nossa turma do meio ambiente. Claro que vamos criticar [a carta], e entender o que realmente é melhor para Mato Grosso do Sul. Temos grande chances de assinar, mas considerando o atendimento de alguns detalhes que não mudariam o conteúdo original”, pontuou o secretário.

O secretário não esmiuçou os pontos da carta que estão sendo analisados pelo governo. Esses detalhes, porém, podem estar associados à realidade da atividade agropastoril em Mato Grosso do Sul. Vale lembrar, também, que levantamento do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de outubro do ano passado apontou que cerca de 27% do bioma pantaneiro foi consumido pelas chamas durante a estiagem de 2020, com área total queimada de 4,1 milhões de hectares. Destes, 1,9 milhão são em MS.

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