Bolsonaro assina carta de desfiliação do PSL

O presidente Jair Bolsonaro assinou a carta de desfiliação do PSL, partido pelo qual se elegeu. A carta será entregue ao partido e à Justiça Eleitoral ainda nesta terça-feira, 19, abrindo caminho para que ele possa assumir a presidência da sigla que, ao lado de aliados, decidiu fundar, o Aliança pelo Brasil. A reunião para […]

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Presidente Jair Bolsonaro - Marcos Corrêa/PR
Presidente Jair Bolsonaro – Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro assinou a carta de desfiliação do PSL, partido pelo qual se elegeu. A carta será entregue ao partido e à Justiça Eleitoral ainda nesta terça-feira, 19, abrindo caminho para que ele possa assumir a presidência da sigla que, ao lado de aliados, decidiu fundar, o Aliança pelo Brasil. A reunião para o lançamento do partido será realizada nesta quinta-feira, 21, em Brasília. As informações são do Estadão Conteúdo.

A advogada do presidente Karina Kufa, afirmou que não há nenhum obstáculo para que o presidente possa ocupar também o posto da presidência do partido. Nesta segunda-feira, 18, questionado se assumiria o cargo, Bolsonaro respondeu: “Acho que sim”. Admar Gonzaga, advogado que integra a equipe de consultores que atua no processo da saída do presidente do PSL, afirmou que essa é a hipótese viável e “aconselhada.”

Gonzaga e Kufa reuniram-se com o presidente no Palácio do Planalto nesta tarde. Ao sair do encontro, Gonzaga voltou a criticar a conduta da presidência do PSL e do presidente do partido, Luciano Bivar. Ele garantiu haver inúmeras razões para se alegar justa causa para a saída do presidente do partido. Citou como exemplo os processos de cassação.

“O que se viu na postura do presidente do PSL e de toda aqueles que o acompanharam é uma flagrante falta de compromisso com a transparência, com a boa gestão de dinheiro público e isso é inaceitável para o presidente da República”, disse.

Bolsonaro entrou em rota de colisão com o PSL em outubro, quando, sabendo que estava sendo filmado, disse a um apoiador que Bivar estava “queimado”. A partir do episódio, a situação rapidamente se deteriorou até que, semana passada, Bolsonaro e seus aliados anunciaram a criação do novo partido. A intenção, no entanto, depende de uma série de procedimentos, incluindo a reunião de assinaturas de apoiadores, em várias partes do País.

A cisão entre bolsonaristas e o PSL é atribuída a uma disputa pelo fundo partidário. Gonzaga, no entanto, disse que a versão é incorreta. “Não estamos preocupados com o fundo partidário até porque os candidatos do partido quase ou nada foram utilizados desses recursos.”

O estatuto do Aliança pelo Brasil, seus fundadores e presidentes deverão ser apresentados nesta quinta. Karina afirmou que será feito um sistema de compliance e que serão disponibilizados materiais compatíveis para pessoas com necessidades especiais. Haverá ainda material para portadores de doenças raras, uma das bandeiras da primeira dama, Michelle Bolsonaro. Karina não informou se a primeira-dama fará parte dos quadros do novo partido.

Bolsonaristas terão 140 dias para reunir assinaturas necessárias para a criação do partido, caso tenha interesse em participar das eleições municipais. Karina avalia haver plenas condições para isso. “Ele tem um apoio magnífico”, avaliou. Ainda não está decidida a forma como a coleta de assinaturas será realizada. De acordo com a advogada, será necessário aguardar.

Conselho de Ética

O Conselho de Ética do PSL deve se reunir nesta quarta-feira, 20, para analisar os processos disciplinares abertos contra 19 parlamentares. O presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), reconduzido nesta terça-feira ao cargo, disse que o colegiado examina caso a caso.

As punições podem ser desde simples advertência até a expulsão. Na lista dos congressistas, está o líder da bancada na Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Cada um teve um comportamento diferente, de forma que o Conselho de Ética está examinando cada um desses deputados que, de certa maneira, podem ter infringido o estatuto do partido”, disse Bivar, ao fim da convenção nacional da legenda.

Além da recondução dele à função de presidente nacional da sigla, a agremiação escolheu o deputado Gurgel (RJ) para a presidência do Diretório Estadual do Rio, em substituição ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que pediu a desfiliação do partido nesta segunda-feira. COLABOROU CAMILA TURTELLI

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