Assassinos de ex-vereador Alceu Bueno são condenados, mas pena ainda é sigilo

Corpo do ex-vereador foi encontrado no dia 21 de setembro de 2016

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Corpo do ex-vereador foi encontrado no dia 21 de setembro de 2016

Katia de Almeida Rocha, Elpídio Cesar Macena do Amaral e Josian Edson Cuando Macena, acusados do roubo seguido da morte do ex-vereador Alceu Bueno e ocultação do corpo foram condenados pelos crimes pela 6ª Vara Criminal de Campo Grande. A sentença não foi divulgada, pois o processo está sob sigilo externo. O resultado do julgamento foi publicado nesta segunda-feira (10) no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul.

Todos os envolvidos foram condenados por roubo seguido de morte – latrocínio (pena de 15 a 30 anos) e ocultação de cadáver (com pena de um a três anos mais multa) .

O Jornal Midiamax tentou contato com a defesa da família do ex-vereador, que afirmou estar em reunião e se posicionar no fim da tarde. Os advogados dos réus também foram procurados.

Entenda o crime

O corpo de ex-vereador foi encontrado no dia 21 de setembro, carbonizado e com sinais de estrangulamento no Jardim Veraneio, em Campo Grande. Imagens de câmeras de segurança, de um condomínio que fica na região, gravaram o momento em que o corpo foi abandonado pelos suspeitos e em seguida queimado.

Assassinos de ex-vereador Alceu Bueno são condenados, mas pena ainda é sigilo

No dia 29 de dezembro do ano passado Kátia, Elpídio e Josian foram apresentados como autores da morte de Alceu Bueno. A polícia descobriu que o ex-vereador mantinha um caso com a mulher, que era assediada com frequência via WhatsApp por ele. Todo o caso começou com ciúme, já que ela também tinha um relacionamento com Elpídio.

A intenção do suspeito, no princípio, era dar “uma reprimenda” no ex-vereador por conta do excesso de mensagens com a mulher. Mas com a convivência, Kátia percebeu que Bueno costumava andar com muito dinheiro e acabou contando para o amante e o comparsa, Josian.

Elpidio então armou o plano e pediu para a mulher marcar um encontro com o ex-vereador na casa que morava, no Jardim Seminário, onde os ele e o amigo ficariam esperando. Alceu teria sido morto no quarto de Katia, de acordo com a polícia, a golpes de martelo e de uma tábua de carne.

“O primeiro a atacar a vítima foi Josian Edson que o golpeou na cabeça por várias vezes fazendo uso de um martelo, na sequência recebeu ajuda de Elpídio Cesar que, da mesma forma, golpeou a vítima na cabeça fazendo uso de uma tábua de bater carne”, descreveu o delegado responsável pelo caso, Edilson dos Santos Silva. Ainda conforme a polícia, Alceu “agonizava” quando os suspeitos o enforcaram com a alça de uma bolsa.

O corpo foi carbonizado e em seguida o carro do ex-vereador, uma Land Rover Freenlander, foi levado por Kátia e Elpídio para Ponta Porã. Como não conseguiram vender, os suspeitos atearam fogo no veículo. No dia do crime a trio roubou R$ 600 de Bueno. Na época, o martelo usado no crime, ainda com vestígios de sangue, também foi apreendido pela polícia, que chegou a fazer a reconstituição do crime com os três suspeitos.

Exploração sexual

O envolvimento do ex-vereador com exploração sexual infantil, com invasão de terrenos na região do Nova Lima e Jardim Seminário e até queima de arquivo, foram linhas de investigação usadas pela polícia, antes da prisão dos três réus.

Em dezembro de 2015 o Bueno foi condenado a oito anos e dois meses de prisão em regime fechado por exploração sexual infantil. Por recorrer, ele permanecia em liberdade quando foi morto.

O ex-vereador foi filmado por garotas em quarto de motel. Desde então, ele foi chantageado e pagado R$ 100 mil para que as imagens vazassem. O ex-vereador procurou a polícia, denunciou a extorsão e o esquema foi investigado. Antes da condenação, Bueno renunciou ao cargo. O ex-deputado estadual Sérgio Assis, também foi sentenciado pelo mesmo crime e pegou pena de seis anos em regime semiaberto.

Já quanto à denúncia de improbidade administrativa, Alceu Bueno foi denunciado por participar de uma esquema supostamente criado para derrubar o prefeito Alcides Bernal. A trama, segundo a acusação, assim funcionava: vereadores receberam dinheiro ou favores, como cargos no serviço público para votar pela cassação do prefeito, que ocorreu por meio de uma CPI.

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