Prefeitura de alegou que não compactua com invasões

Os profissionais da cultura continuam no prédio da Fundac (Fundação Municipal de Cultura) e os vereadores Luiza Ribeiro e Vanderlei Cabeludo se comprometeram a dormir com os manifestantes no prédio nesta terça-feira (3).

Os manifestantes não pretendem sair do prédio até as 14h desta quarta-feira (4), quando vão seguir em passeata para a audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, às 17h, para discutir temas relacionados à Fundac e à área cultural na Capital.

Nesta tarde os manifestantes decidiram em assembleia fazer uma contraproposta para o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte. Na contraproposta os manifestantes pedem ao prefeito que deixe eles permanecerem no prédio esta noite, sem que seja necessária a ação da Guarda Municipal.

Os manifestantes não concordaram com a ação da Guarda Municipal, muitos homens estão sem a identificação nos coletes e alguns chegaram a filmar a assembleia da categoria. Nesta manhã, de acordo com os manifestantes o prédio da Fundac foi fechado pelos homens da Guarda Municipal com manifestantes, o que gerou um clima de tensão. Os manifestantes alegam que agora a guarda voltou a fechar o prédio com manifestantes no interior.

A vereadora Luiza Ribeiro chegou a dizer que a Prefeitura não deve tirar os artistas do prédio porque quem está em débito com a classe é o executivo municipal. Outra reivindicação da vereadora foi a presença da secretária Juliana Zorzo, responsável pela Fundac. “A secretária tinha que estar aqui. Eu vou dormir aqui e ainda arrasto alguns vereadores comigo”, garantiu.

Uma representante do movimento S.O.S Cultura que não quis se identificar afirmou que falta preparo da secretária para a pasta de Cultura e que ela não tem força política frente as outras pastas e ao prefeito. “Ela precisa de verba para repassar para a cultura, mas acredito que não tem força com a Secretaria de Finanças, por exemplo”.

Os manifestantes esperam que o prefeito tenha um diálogo e que não peça na Justiça a reintegração de posse do prédio. “Nós não estamos badernando, não estamos danificando nada, estamos apenas reivindicando o que é nosso. Quem perde com tudo isso é a cultura”.

O objetivo dos artistas é reivindicar investimentos, questionar o 1% do orçamento destinado à cultura, além do pagamento do FMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) e Fomteatro (Programa Municipal de Fomento ao Teatro), investimentos da cultura, que não foram pagos.

Prefeitura

Por meio de nota a Prefeitura de Campo Grande alegou que está negociando com os manifestantes e que não compactua com invasões.

Confira na íntegra a nota da Prefeitura

Sobre a manifestação ocorrida no prédio da Fundac, nesta terça-feira, a Prefeitura Municipal de Campo Grande informa que:

Sobre as reivindicações do grupo, a Prefeitura esclarece que neste primeiro trimestre a prioridade é manter o custeio da máquina administrativa, dos serviços públicos e, inclusive, a Cultura, buscando cumprir as metas ao longo do primeiro semestre de 2015.

De acordo com a Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle, no ano passado foram pagos cerca de R$ 400 mil em cachês e eventos que estavam atrasados. Neste ano, até o final de março, há previsão de mais pagamentos, no valor de R$ 87 mil.

A Prefeitura de Campo Grande considera importante a pauta de reivindicações apresentada pelo grupo e reconhece a legitimidade dos movimentos e o direito à opinião livre e plural.

No entanto, a Prefeitura de Campo Grande não compactua com invasões e atos de confronto. Por isso, optou pela negociação. No entanto, se não for possível uma saída negociada, a Prefeitura usará dos meios legais para garantir a reintegração de posse para que a Fundação possa voltar à normalidade e continuar trabalhando para desenvolver a Cultura no município.