Empresa de Amorim teria sido a única a aceitar projeto

A primeira empresa responsável pelo Aquário do Pantanal, a Egelte, foi afastada da obra por não ter cumprido os prazos estabelecidos e depois de ‘várias notificações’, afirmou o ex-governador do Estado, André Puccinelli (PMDB). Ele negou que a empresa tenha sido afastada para contemplar a Proteco, de propriedade de João Amorim.

“A empresa (Egelte) foi tirada, eu perguntei para a assessoria jurídica, porque foi notificada inúmeras vezes. Não cumpria os prazos, era para terminar em outubro”, disse. Em contrapartida, a Proteco foi escolhida porque as as demais empresas habilitadas, e que foram chamadas para tocar a obra, se recusaram e apenas a empresa de João Amorim aceitou.

Após a deflagração da Operação, o MPF (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) recomendou que o executivo estadual suspendesse todos os contratos quem mantém com a Proteco, para que os contratos sejam analisados.

Principal obra da gestão do ex-governador, o Aquário tinha previsão de gastos de R$ 80 milhões, hoje fala-se que os recursos já superam os R$ 230 milhões e a obra está submetida a pelo menos três auditorias. 

Lama Asfáltica

A operação começou em 2013, envolvendo Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), CGU (Controladoria Geral da União) e Receita Federal, mas foi tornada pública no começo deste mês, e investiga suposto esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraudes em licitações, envolvendo agentes públicos e alguns dos empreiteiros donos de vários contratos milionários com o Poder Público, sendo o principal alvo Amorim.

Na avaliação da Polícia Federal, Amorim contou com a ajuda da gestão de Puccinelli para montar uma organização criminosa que atuava em várias obras do governo do Estado, com direcionamento de licitação e superfaturamento. O ex-governador estava entre os citados como integrantes da organização criminosa comandada pelo empreiteiro João Amorim.