Movimento contra aumento de salário de vereadores alega que foi barrado na Câmara

O “Movimento Voluntário”, criado por meio do Facebook em protesto contra o reajuste salarial dos vereadores, alega que foi impedido de usar a palavra na Câmara de Campo Grande nesta terça-feira (20). O grupo explica que foi ao local para falar do movimento contra o reajuste, mas foi orientado a protocolar o pedido. Porém, afirma […]

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O “Movimento Voluntário”, criado por meio do Facebook em protesto contra o reajuste salarial dos vereadores, alega que foi impedido de usar a palavra na Câmara de Campo Grande nesta terça-feira (20). O grupo explica que foi ao local para falar do movimento contra o reajuste, mas foi orientado a protocolar o pedido. Porém, afirma que após fazer o protocolo, teve o pedido rejeitado pelo presidente Paulo Siufi (PMDB), com a alegação de que a pauta já estava fechada.

O grupo só deve ocupar a palavra na próxima terça-feira (27). A representante do movimento, Patrícia Fonseca, revela que já tem mais de cinco mil assinaturas contrárias ao reajuste dos subsídios dos vereadores. Eles entendem que o que os parlamentares recebem hoje é suficiente para as despesas, o que não justifica um reajuste.

Contrários ao movimento, vereadores tentaram descredenciá-lo, lembrando que Patrícia é filha do ex-prefeito e senador Juvêncio Cesar da Fonseca, que hoje tem cargo no Governo do Estado. Patrícia confirmou que é filha de Juvêncio, mas disse que aprendeu com o pai a lutar pelos direitos da população. “Não tenho nenhum intuito político. Quero apenas fazer a mobilização social”.

O presidente da Câmara, Paulo Siufi, sugeriu que não seja dado reajuste para ninguém, incluindo prefeito, secretários, promotores e desembargadores. Porém, garantiu que isso não deve ocorrer e que a Câmara deve votar a favor do reajuste salarial.

O vereador Airton Saraiva (DEM) é um dos que apoiam o reajuste. Ele entende que o grupo também deveria protestar contra o reajuste salarial de desembargadores e funcionários do Ministério Público. Saraiva defende um bom salário ao vereador para que ele possa ter compromisso com a sociedade.

A vereadora Grazielle Machado (PR) prefere esperar o projeto chegar a Casa para dizer o que vai fazer. Todavia, entende que o que um vereador recebe hoje é suficiente para representar a população. “A sociedade está cansada de desigualdade. É preciso que prevaleça o bom senso e eu vou votar pelo bom senso”.

O vereador Marcelo Bluma (PV) também aguarda o projeto, mas entende que o subsidio permite que uma pessoa do povo possa ser vereador. Caso contrário, a Câmara seria ocupada por quem não precisa de salário e o tráfico de influência tomaria conta.

Paulo Siufi já declarou que os vereadores devem aprovar o reajuste salarial no final dos trabalhos, em dezembro. O reajuste fará os vereadores receberem 75% do salário de um deputado estadual, que hoje é de R$ 20 mil. Com o reajuste de 66%, os vereadores deixarão de ganhar R$ 9 mil para receber um salário de R$ 15 mil. O reajuste dos vereadores será nove vezes maior do que o anunciado para o trabalhador comum, que deve ter reajuste de 7% em 2013, quando o salário mínimo deve sair de R$ 622 para 667,75.

O salário de um vereador é baseado na remuneração do deputado estadual, mas também no número de habitantes do município. Eles podem variar de 20%, no caso de municípios com até 10 mil habitantes, e até 75% do salário do deputado, no caso de municípios com mais de 500 mil habitantes.

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