Ex-esposa e réu choram durante depoimento sobre filhos e juiz dá pausa de 5 minutos em júri
Policial teria dito aos filhos que se a mãe não colaborasse eles iriam para abrigo, segundo relato de Eliane
Thalya Godoy, Mirian Machado –
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Eliane Benitez Batalha, que está sendo ouvida como testemunha de defesa do ex-marido, o ex-guarda municipal e réu Marcelo Rios, se emocionou durante depoimento ao falar dos filhos. O juiz deu uma pausa de cinco minutos para ela se recompor.
Além de Rios, Jamil Name Filho e o policial civil aposentado Vladenilson Olmedo são julgados pela morte do estudante Matheus Coutinho, que teria sido executado por engano no lugar do pai.
No depoimento, Eliane contou que, na época da prisão do marido, enquanto estava no Garras, onde ficou por cerca de 4 dias com os filhos, por medo após o marido ser preso, um policial falou aos filhos que “Se a mamãe não colaborasse e conversasse com o papai, cada um ia para uma família e eles iriam para um abrigo”.
Ao relembrar do fato, Eliane começou a chorar e, então, foi feita uma pausa de 5 minutos determinada pelo juiz. Durante a pausa, Rios abaixou a cabeça e também chorou.
Eliane se emocionou mais uma vez ao contar como foi quando os filhos visitaram o pai na cela da delegacia no Garras. O pai estava de costas. “O que é esse cheiro horrível? Não quero ficar aqui”, disse uma das crianças. “Meu filho não quis ficar lá dentro, a minha filha pediu para sair um pouco. Foi no momento que um dos policiais perguntou se ela queria falar com o Marcelo ainda e eu disse que sim. Perguntei se poderia retirá-lo da cela e disseram que não”, lembrou.
Réu fazia ‘de tudo um pouco’ na casa dos Name
Ainda durante interrogatório, questionada se sabia o que o marido na época fazia na casa dos Name, a mulher explicou que ‘de tudo um pouco’. “Lavar calçada, acompanhava filho em show, entregar cobertor. Acho que o salário que o Marcelo recebia R$ 625, salário dos Names”, disse.
Explicou ainda que ele era Guarda Municipal, depois trabalhou no mercado e após sair do mercado ela não sabia onde ele estava trabalhando, só depois de cerca de 8 meses é que ela soube que Rios estava trabalhando na casa da família Name. “Nos momentos de folga ele estava em casa. Quem sustentava a casa era o Marcelo, ele cuidava das crianças”, contou.
Na época, no Garras, a mulher relatou que o marido trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.
Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil.
Segundo dia do júri
Neste segundo dia do júri, considerado da ‘década’, vão sentar no banco para depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’.
Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.
Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil. O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que depois passou a ter como titular o delegado Carlos Delano, que participou da Força-Tarefa da Omertà.
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