Peça-chave da Operação Omertà, Eliane Benitez Batalha está sendo ouvida como testemunha de defesa do ex-marido, Marcelo Rios, no julgamento sobre o assassinato de Matheus Coutinho, em abril de 2019. Ela também havia sido arrolada como testemunha de Jamil Name Filho, mas a defesa abriu mão do depoimento dela.

Durante interrogatório, questionada se sabia o que o marido na época fazia na casa dos Names – Jamil Name e Jamil Name Filho -, a mulher explicou: ‘de tudo um pouco'. “Lavar calçada, acompanhava filho em show, entregar cobertor. Acho que o que o Marcelo recebia era R$ 625, salário dos Names”, disse.

Explicou ainda que ele era Guarda Municipal, depois trabalhou no mercado e, após sair do mercado, ela não sabia onde ele estava trabalhando. Só depois de cerca de 8 meses é que ela soube que Rios estava trabalhando na casa dos Names. “Nos momentos de folga ele estava em casa. Quem sustentava a casa era o Marcelo, ela cuidava das crianças”, contou.

Eliane segue sendo ouvida nesta tarde. A defesa de Marcelo Rios desistiu de ouvir como testemunha o ex-policial militar Orlando de Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica. Curicica é apontado como chefe da milícia no Rio de Janeiro.

Atualmente, está preso no Presídio Federal de Mossoró (RN). Ele foi condenado a 25 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. Ele está detido no mesmo presídio em que Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo estão presos e seria ouvido por videoconferência.

Segundo dia de júri

segundo dia do julgamento de Jamil Name Filho, Vladenilson Olmedo e Marcelo Rios, pela morte de Matheus Coutinho, em abril de 2019, terá peça-chave da Omertà depondo tanto para Name como para Marcelo Rios. O primeiro dia de julgamento teve duração de mais de 9 horas.

Neste segundo dia do júri, considerado histórico, deve depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX'.

Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX'.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil.

O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e à Pessoa), que depois passou a ter como titular o delegado Carlos Delano, que integrou a Força-Tarefa da Omertà.

Para Jamil Name Filho, irão prestar depoimento um advogado, um psiquiatra e Eliane Benitez Batalha. Para Marcelo Rios será Eliane Batalha e para Valdenilson Olmedo, duas testemunhas, entre elas um policial civil.