Polícia resgata irmã de menina de 3 anos morta ao ser trocada por crack na fronteira
Menina de 12 anos vivia com homem de 30; ação aconteceu durante velório
Marcos Morandi –
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Enquanto acontecia o velório de Luz Maida, de apenas 3 anos, a polícia paraguaia conseguiu resgatar a irmã dela, de 12, que morava com um homem de 30, em Pedro Juan Caballero, divisa com Ponta Porã. Ela foi estuprada pelo padrasto e também foi entregue pela própria mãe, que é usuária, em troca de drogas.
Segundo informações apuradas até o momento, a menina de 12 anos, irmã da menina de 3 anos encontrada morta com sinais de abuso sexual, convivia desde os nove anos com um adulto, que era procurado pela Justiça. O resgate foi determinado pelo juiz da Infância e Adolescência, Elvio Insfrán.
“Como são meninas, não há nenhum tipo de consentimento. Eles foram entregues de forma irregular, levando em consideração a idade deles, e não era adequado”, disse o magistrado paraguaio em entrevista a uma emissora de rádio de Pedro Juan.
Luz Maida foi morta após ser vendida por drogas pela própria mãe, na cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira paraguaia com Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, já havia sido resgatada de uma boca de fumo, junto ao irmão, de 6 anos, dois meses antes. Ela era a caçula de sete irmãos.
Tragédia familiar
A menina de 3 anos foi resgatada pela polícia do Paraguai, junto ao segundo mais novo, de 6 anos, há dois meses. A mãe foi encontrada no local consumindo crack com outros usuários de drogas.
Ao Jornal Midiamax uma das autoridades policiais em Ponta Porã, que acompanha o caso, disse que a família possui um “histórico de tragédias” e que a mãe estava sob efeito de drogas e se manteve “fria”, enquanto ocorriam as buscas pela menina. A região onde a menina morava é de extrema pobreza.
A menina era a caçula e os outros filhos da mulher – que teve a prisão preventiva pedida pela promotora pública de Pedro Juan após ser presa em flagrante – têm 6, 10, 12, 20, 22 e 25 anos.
A jovem de 22 anos chegou a ficar responsável pela menina de 3 e o garoto de 6 após a mãe ser encontrada com os dois na boca de fumo. Entretanto, ela ‘devolveu’ os irmãos porque já cuidava do próprio filho e do sobrinho, de 5 anos, com quem teve que ficar após a irmã, de 20 anos, ser presa.
Ela cumpre pena na penitenciária de Pedro Juan Caballero porque teria tentado vender seu filho há cerca de três meses. A avó da criança – mãe da menina de 3 anos – teria ‘negociado’ a neta, assim como negociou a filha por 30 pedras de crack.
O outro irmão, de 10, também estaria causando problemas na vizinhança devido aos roubos que fazia para comprar crack junto à mãe, segundo informaram testemunhas ao ABC Color. O jovem de 25 anos também possui passagens pela polícia.
Devido à filha de 12 anos estar convivendo com o homem de 30, a mãe deve ser indiciada pelo homicídio da menina de 3 anos e também por abuso sexual infantil e violação do dever de cuidar da filha, conforme decisão do procurador José Luis Torres Peña. Ele também já solicitou a tutela dos irmãos mais novos.
‘Boca de fumo’ incendiada
Mais de 300 moradores do bairro Romero Cué, em Pedro Juan Caballero, cidade localizada na fronteira com Ponta Porã, invadiram a residência onde funcionava a ‘boca de fumo’ e colocaram fogo no local. Os vizinhos estão revoltados com a morte brutal da menina Luz Maida.
Investigações da Polícia Nacional apontam que a criança de apenas 3 anos de idade foi deixada no local pela própria mãe em troca de 30 doses de crack na última sexta-feira e encontrada morta no sábado (22) em uma casa abandonada.
O corpo da menina foi levado para Assunção, onde passou por perícias. Laudo do legista aponta que ela sofreu abusos. Os requintes de crueldade que envolvem o crime aumentaram o clima de tensão entre os vizinhos e o dono da ‘boca’, que ameaçam fazer um linchamento da envolvida.
30 porções de crack
No último domingo (23), o promotor de Justiça José Luis Torres, nomeado para trabalhar no caso, indiciou a mãe da menina e um adolescente de 17 anos, que estariam diretamente ligados ao crime.
Fontes do Ministério Público do Paraguai apontam que há evidências de que a menina foi dada pela mãe ao adolescente em troca de drogas. Trinta doses de crack, no valor de G. 100 mil, foi o que a mãe viciada teria recebido por ter desistido da filha.
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