Para vizinhos, ex de jogador de futebol morto estava acima de suspeitas: ‘tranquila e educada’
Jogador de futebol ficou dias desaparecido e ex-namorada sabia que ele estava morto e esquartejado no rio em Sete Quedas
Fábio Oruê, Graziela Rezende –
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Loira e com apliques no cabelo, bem vestida, gentil e educada, a ex-namorada do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, morto e esquartejado em Sete Quedas, estava acima de qualquer suspeita, segundo os vizinhos que a conheciam desde que era criança.
“Vi as notícias pela imprensa e reconheci ali. Não imagina que a jovem poderia ter cometido um crime tão brutal”, diz uma idosa de 65 anos, que morou por muito tempo ao lado da residência e conhecia os familiares na cidade que foi palco do crime que chocou os sete-quedenses.
A vizinha, que continuou no bairro, conhece a suspeita desde criança e sempre estava junto com os avós. “Mas depois que cresceu não via mais eles juntos”, conta à equipe do Jornal Midiamax, que está no município acompanhando os desdobramentos do caso.
A jovem, que terminou o ensino médio e não trabalhava no momento, recebia ajuda dos avós. Agora, permanece presa preventivamente pelo crime. A defesa da jovem, feita pelo advogado Felipe Azuma, alega inocência da ex-namorada do jogador de futebol, ressaltando que não teve envolvimento no crime.
Segundo ele, a jovem tentou intervir na briga e não sabia que o autor estava armado. Ela teria entrado em desespero ao ver a cena e ainda teria sido ameaçada pelo autor.
Bonita, gentil e educada
Outra vizinha, uma professora de 45 anos, conhecia bem a moça já que tem os filhos da mesma idade que frequentava a residência – a mesma em que Hugo recebeu o primeiro disparo de arma de fogo que selou seu destino.
Para a vizinha, a suspeita é descrita como bonita, gentil e educada. “Ela estava sempre bem arrumada, até mesmo em casa: sempre bem vestida, com shortinho, blusinha… com roupas de jovem mesmo”, descreve as vezes que viu a moça.
A suspeita há pouco tinha ganhado de presente dos avós um carro 0 km e também um imóvel, ainda em construção próximo da casa, onde ela disse que, futuramente, teria uma salão de beleza.
“É lamentável acontecer tudo isso. É muito triste, não só por ela, mas com todos, que tem uma vida toda pela frente. A não ser pelo Hugo que infelizmente morreu”, conclui a moradora de Sete Quedas.
Vários envolvidos
A Polícia Civil investiga a participação de várias pessoas no crime que resultou na morte do jogador de futebol. Além da ex-namorada e uma testemunha que é amigo deles, o ficante da moça – que teria dado os tiros – é considerado foragido.
Uma dona de casa, de 44 anos, também vizinha da suspeita, sempre a via saindo de casa para ir visitar as obras do imóvel que, no futuro, seria seu local de trabalho. Muito educada e gentil, ela estava acima de qualquer suspeita.
“Ela sempre passava e cumprimentava. Realmente é uma moça bonita e educada, ninguém imagina. Quando ficamos sabendo das informações, ficamos chocados de ver um crime desse tão perto de casa”, relata a vizinha à reportagem.
Ciúmes do jogador de futebol x família problemática
Uma tia de Hugo em depoimento contou que a jovem não aceitava o fim do relacionamento com seu sobrinho e que vivia mandando mensagens para o jogador que bloqueava a ex-namorada, mas ela sempre aparecia atrás de Hugo tentando reatar o relacionamento.
Segundo a tia, no dia 24 pela manhã o sobrinho mostrou as várias mensagens que a ex-namorada estava mandando para que os dois se encontrassem e Hugo teria dito à tia que não queria mais.
Ainda segundo a tia do jogador, a mãe da jovem já teria tentado matar o próprio pai envenenado e contratado um pistoleiro para matar o ex-marido.
Uma pessoa, duas versões
Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo – a testemunha.
O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda’, nisto o autor se levantou.
Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido.
Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem. A versão contada pela jovem é a mesma que a testemunha relatou à polícia.
Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.
O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.
Almoço em chácara após crime
Após o crime, a ex-namorada do jogador ligou para a mãe dizendo que Hugo havia sido ferido com um tiro pelo autor, não dando mais detalhes. A mulher, então, avisou o marido que foi até Sete Quedas para ver o que havia ocorrido.
Chegando à casa da enteada, encontrou o amigo dela que disse que a jovem havia saído para levar o rapaz até a sua casa, mas já voltaria. O amigo estava em estado de choque e com as roupas urinadas. O padrasto da jovem, então, saiu para ir até a sua casa e acabou encontrando ela na rua.
Ele, então, percebeu que ela estava nervosa e resolveram levar o carro para a sua casa e depois partiram no veículo do padrasto para a chácara de sua mãe do lado paraguaio. No local, ela almoçou e no fim da tarde todos foram para um passeio no parque.
Segundo consta no depoimento, a jovem só contou para mãe o que havia ocorrido depois dizendo que estava com medo das ameaças do autor que teria dito que mataria, caso alguém soubesse de alguma coisa. Ela e o autor já teriam se relacionado anteriormente e se encontravam esporadicamente, quando ele brigava com a namorada atual.
As roupas sujas de sangue foram lavadas na chácara, assim como o carro da jovem que foi lavado para tirar os vestígios de sangue.
Procurado pela polícia
Um dos suspeitos de matar Hugo Vinícius Skulny teve o mandado de prisão expedido em seu nome na noite desta quarta-feira (5), em Sete Quedas. O jovem não foi encontrado pela polícia e passa a ser considerado foragido.
De acordo com a Polícia Civil, foi disponibilizado o número (67) 3479-1480 para que a população possa fazer denúncias anônimas que levem ao paradeiro do autor.
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