Roupa suja de sangue lavada, carro lavado e até a grama do sítio onde o corpo de Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, morto e esquartejado, foi lavada para não deixar vestígios do crime brutal que chocou o Estado. O amigo da ex-namorada do jogador que estava na casa contou que chegou a ser ameaçado pela jovem se contasse alguma coisa a alguém.

Em depoimento, o amigo revelou que ficou em choque quando viu que o ‘ficante' da ex-namorada de Hugo havia matado o jogador de futebol com um tiro. Ele disse que após desovar o corpo junto do autor o arremessando no rio, o ‘ficante' teria pegado a mangueira da propriedade e lavado a carroceria do veículo da jovem, já que ficou suja de sangue.

Depois, ele lavou a grama que também ficou suja de sangue e, logo em seguida, os dois voltaram em direção à casa da jovem. O trajeto durou em torno de 10 minutos, segundo o amigo. Após isso, quando foi deixado em casa pela ex-namorada de Hugo, que estava acompanhada do padrasto e da mãe dela, foi avisado por todos que era para ficar quieto e não falar nada sobre o crime.

Ainda segundo o depoimento do amigo, no dia seguinte, a jovem mandou mensagens dizendo a ele: “Se ele (autor) for contra nós iremos contra ele”. Em seguida, mandou outra mensagem afirmando que se ele contasse alguma coisa a alguém, ela atiraria nele. O amigo ainda disse que a jovem mandava as mensagens e depois apagava.

Mas, ele contou que acabou revelando sobre o crime para um outro amigo. Ele falou que jogaram o corpo de Hugo inteiro no rio e que não sabe como o corpo apareceu esquartejado, e que não viu o autor colocando nada amarrado para que Hugo afundasse no rio.

Defesa alega inocência

A defesa da jovem, feita pelo advogado Felipe Azuma, alega inocência da ex-namorada do jogador de futebol, e que ela não teve envolvimento no crime. Ainda segundo a defesa, a jovem tentou intervir na briga e não sabia que o autor estava armado.

A jovem teria entrado em desespero ao ver a cena e ainda teria sido ameaçada pelo autor. 

Depoimento da ex-namorada

Com uma história confusa contada pela ex-namorada na delegacia, ela acabou mudando a versão dos fatos e, em um novo depoimento, contou que na noite do dia 24 de junho foi até uma festa com amigos do lado paraguaio. Já na manhã do dia 25, ela e o autor do crime voltaram para a sua residência, na companhia de um amigo.

O amigo foi para um dos quartos enquanto ela e o autor foram para outro quarto, onde mantiveram relações sexuais. Ela contou que momentos depois, Hugo invadiu a sua casa e entrou repentinamente em seu quarto a chamando de ‘vagabunda', nisto o autor se levantou.

Os dois foram até a frente da residência e a ex-namorada estava junto quando o autor fez o disparo contra Hugo, que caiu na calçada. O amigo que estava na casa se levantou e assustado teria questionado o que havia ocorrido. Em seguida, o autor mandou que o rapaz o ajudasse a colocar Hugo na carroceria do carro da jovem.

Ele ainda teria mandado que todos ficassem calados e não contassem nada a ninguém. Hugo ainda respirava quando foi colocado no carro. A frente da calçada foi lavada pela jovem.

O amigo que estava na casa no momento do assassinato disse que, após o crime, a ex-namorada de Hugo ficava mandando mensagens para ele e apagando em seguida, afirmando que era para ficar quieto. O padrasto e mãe da jovem também mandaram que ele não contasse nada a ninguém.

Almoço em chácara após crime

Após o crime, a ex-namorada do jogador ligou para a mãe dizendo que Hugo havia sido ferido com um tiro pelo autor, não dando mais detalhes. A mulher, então, avisou o marido que foi até para ver o que havia ocorrido. 

Chegando na casa da enteada, encontrou o amigo dela que disse que a jovem havia saído para levar o rapaz até a sua casa, mas já voltaria. O amigo estava em estado de choque e com as urinadas. O padrasto da jovem, então, saiu para ir até a sua casa e acabou encontrando ela na rua.

Ele, então, percebeu que ela estava nervosa e resolveram levar o carro para a sua casa e depois partiram no veículo do padrasto para a chácara de sua mãe do lado paraguaio. No local, ela almoçou e no fim da tarde todos foram para um passeio no parque. 

Segundo consta no depoimento, a jovem só contou para mãe o que havia ocorrido depois dizendo que estava com medo das ameaças do autor que teria dito que mataria, caso alguém soubesse de alguma coisa. Ela e o autor já teriam se relacionado anteriormente e se encontravam esporadicamente, quando ele brigava com a namorada atual.

As roupas sujas de sangue foram lavadas na chácara, assim como o carro da jovem que foi lavado para tirar os vestígios de sangue.

Procurado pela polícia 

Um dos suspeitos de matar Hugo Vinícius Skulny, de 19 anos, teve o mandado de expedido em seu nome na noite desta quarta-feira (5), em Sete Quedas. O jovem não foi encontrado pela polícia e passa a ser considerado foragido.

De acordo com a Polícia Civil, foi disponibilizado o número (67) 3479-1480 para que a população possa fazer denúncias anônimas que levem ao paradeiro do autor.