O pai da menina de 2 anos, enfermeiro, está em choque com a morte da filha, na noite dessa quinta-feira (26), em Campo Grande. A criança já chegou sem vida à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, levada pela mãe para a unidade.

O enfermeiro não conseguiu conversar com o Jornal Midiamax devido ao seu estado em não acreditar na morte da filha. A atual sogra do enfermeiro conversou com a reportagem e relatou que a menina vivia com marcas roxas pelo corpo.

A mulher ainda contou que o genro tentou de tudo para ficar com a criança, fazendo denúncias de maus-tratos contra a ex-mulher. Dois boletins de ocorrência foram feitos na delegacia. “Infelizmente pai nunca consegue a guarda dos filhos. Ele tentou de tudo”. 

A avó materna da criança de 2 anos falou com o Midiamax e disse que nunca tinha presenciado agressões por parte da filha contra a neta, mas que quando começou a desconfiar queria que a menina morasse com o ex-genro.

Ela ainda disse acreditar que a filha vivia em um relacionamento abusivo, já que desde que passou a conviver com o rapaz, há pouco mais de 1 ano, seu comportamento mudou. O casal se conheceu em um shopping, onde a mãe da criança trabalhava. 

A mulher disse que nessa quinta (26) a filha ligou dizendo que a menina estava vomitando, mas como a criança dormiu, a mãe resolveu levá-la à unidade de saúde no início da noite. Momento em que já chegou morta. 

“Eu fiquei desesperada quando a médica me chamou e mostrou os hematomas nas costas e as partes íntimas da minha neta”, disse a mulher. Segundo a mulher, ela questionou a filha sobre a neta, mas não conseguiu respostas, já que a mulher se manteve quieta. 

Criança estava morta há 4 horas

Segundo o relato das médicas, quando a criança chegou à unidade de saúde, ela já estava morta há pelo menos quatro horas com sinais de rigidez, com hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Ainda segundo as médicas, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada para o local.

Em exames feitos pelas médicas na unidade de saúde, elas constataram sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe da menina negou que tivesse levado a filha até a UPA já morta, mas disse que ela e o atual marido aplicavam ‘corretivo’ na criança.

A mulher contou que a filha ficava com o padrasto enquanto ela trabalhava durante o dia, e que o marido batia na criança com socos e tapas para corrigir a menina. O padrasto da menina foi encontrado em casa pelos policiais e negou que tenha agredido a enteada naquele dia, dizendo que bateu na criança há três dias.

Conselho Tutelar

Segundo informações passadas pelo Conselho Tutelar da região norte da cidade, foi recebida a denúncia de maus-tratos em janeiro. Em maio, foi feita uma visita em que não foram detectados sinais de agressão contra a criança, que aparentava estar bem alimentada. 

Já quando os conselheiros tentaram fazer outra visita, a família havia se mudado, perdendo o contato e, a partir daí, nenhuma outra visita ou verificação do caso foi atualizada. 

Em maio, vizinhos haviam denunciado a mãe da criança por maus-tratos contra um cachorro, que acabou morrendo. Em seguida a esta denúncia, a família se mudou.