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Polícia

‘Estão tentando manchar a honra’, diz filho de Caetano morto em audiência no Procon

O policial reformado, José Roberto, se entregou à polícia e disse que ‘deboche’ teria sido estopim para crime
Thatiana Melo - Publicado em
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Vagner Caetano, filho do empresário assassinado (Henrique Arakaki, Midiamax)

“Uma covardia do crime e uma covardia tentar manchar a honra do meu pai”, disse Vagner Tomé Caetano, filho do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, assassinado a tiros durante uma audiência de conciliação no Procon, no dia 13 deste mês. 

Após a prisão do policial militar reformado, José Roberto, nessa quinta-feira (16), Vagner falou da revolta e indignação das declarações do militar dizendo que teria sido xingado de ‘policial pretinho’ pelo empresário. “Meu pai sempre ensinou a gente a andar pelo correto, sempre foi muito correto”, falou.

Ele nega que o pai teria em algum momento cometido o crime de injúria racial. “Jamais meu pai faria isso”. Vagner disse que a família está anestesiada com tudo que aconteceu e disse que a família espera é que as coisas funcionem para que outras pessoas não sejam vítimas como o pai dele. 

“Meu pai foi assassinado. Nós não temos mais o Antônio Caetano”, falou Vagner que relatou que agora o MPMS (Ministério Público Estadual) precisa tomar conta do caso, já que o empresário foi assassinado dentro de um órgão público. 

Sobre a nota de serviço que o policial disse ter recebido em valor menor, Vagner explicou que a nota quando se faz o motor de um veículo precisa ser apenas do motor, para a vistoria no Detran e outras notas são emitidas para os outros serviços realizados. “A nota tem de ser exclusiva do motor”, falou Vagner.

Vagner ainda disse que o pai não estava se negando a fornecer a outra nota, mas que tinham de ser emitidas em separado. José Roberto disse após sua prisão que o crime não foi premeditado.

Defesa do policial reformado

Conforme o advogado José Roberto da Rosa, o militar reformado firmou um acordo com Caetano, para um serviço na SW4 dele. Assim, Caetano prestaria o serviço de retífica do motor do veículo.

O valor teria ficado em R$ 30 mil, mas ainda conforme a defesa, Caetano teria apresentado uma nota fiscal de R$ 22 mil. A partir daí começaram os problemas com José de Souza.

O advogado alega que o crime não foi motivado pelo dinheiro, mas sim pelos problemas anteriores entre as partes. No dia da audiência, Caetano teria ‘debochado’ do PM, dizendo que ele poderia parcelar os R$ 630 em 10 vezes.

Também foi relatado pelo advogado que Caetano já teria inclusive injuriado José Roberto, o chamando de ‘policinha preto’, entre outras falas. No Procon, José Roberto teria perdido a cabeça após as provocações.

Assim, atirou contra Caetano e logo fugiu. Depois, foi até a região da Lagoa Itatiaia, onde deixou a arma embaixo de um banco, além do celular. Polícia foi ao local, mas nada foi encontrado. O advogado José Roberto da Rosa ainda ressaltou que o porte da arma estava vencido.

Ainda conforme a defesa, será revisado o laudo que reformou o policial militar por problemas psicológicos. A primeira alegação da defesa é de que o cliente agiu sob violenta emoção.

Porém, também pode haver pedido de abertura de incidente de insanidade mental do acusado. José Roberto de Souza foi preso nesta quinta-feira (16), após se apresentar na 1ª Delegacia de Polícia Civil.

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