Militar que matou esposa estrangulada é excluído da Força Aérea Brasileira e vai para presídio comum
Crime aconteceu em fevereiro deste ano em Campo Grande
Renata Portela –
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Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 32 anos, réu pelo feminicídio de Natalin Nara Garcia Freitas Maia, de 22 anos, foi excluído das fileiras da FAB (Força Aérea Brasileira), em decisão a processo administrativo do Conselho de Disciplina. A decisão foi publicada no fim de junho e, nesta quarta-feira (6), foi deferido pedido de transferência para um presídio comum.
Preso por assassinar a esposa Natalin Nara na madrugada de 4 de fevereiro deste ano, Tamerson estava detido na Base Aérea de Campo Grande, já que era militar. Em ofício, o comandante, brigadeiro do ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, comunicou a exclusão do réu das fileiras da FAB.
Ainda de acordo com o ofício, Tamerson foi excluído a bem da disciplina, perdendo o direito de responder ao processo preso na Base Aérea. Sendo assim, foi solicitado traslado para um presídio comum e o pedido foi deferido pelo juiz Aluizio dos Santos Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
A defesa de Tamerson ainda pediu que ele seja encaminhado para uma cela especial, por correr riscos se colocado em cela comum, pelo fato de ser ex-militar.
Avó de Natalin soube das agressões
Na audiência realizada em 6 de junho, a avó de Natalin relatou que no final de 2021 a jovem pediu para dormir com ela e, naquela noite, confidenciou que o casamento não ia bem. “Ele está me maltratando, me machucando, tenho medo”, teria dito Natalin para a vó. Ainda segundo a testemunha, a neta contou que, se prestasse queixa, Tamerson a mataria.
A mãe afetiva da jovem também foi ouvida na audiência e contou que o casal se conheceu por um aplicativo de relacionamento. Porém, a família passou a presenciar muitas brigas. “Viviam um mês bom e o resto brigando”, disse. Para ela, o casal não combinava e Natalin também teria agredido Tamerson.
Segundo a familiar, teria ocorrido uma traição por parte de Natalin, mas que isso nunca chegou a ser objeto de discussão. No dia do assassinato, Tamerson teria ligado para a sogra, dizendo que Natalin tinha saído de casa e que não sabia onde ela estava. Ele, inclusive, chorava muito ao telefone, dizendo ainda que a jovem estava usando drogas.
Réu pelo feminicídio
No dia 7 de março, Tamerson se tornou réu pelo feminicídio de Natalin Nara. O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, na Rua Dorothea de Oliveira, no Residencial Oliveira.
Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.
Natalin foi morta por asfixia mecânica. A filha do casal esteve na residência todo o tempo durante o crime. Tamerson então enrolou o corpo da esposa em um lençol e colocou no porta-malas do carro. Na manhã seguinte, ele ainda levou a filha de apenas 4 anos para a escola, com o corpo da mãe no veículo.
Depois, dirigiu até a Rodovia BR-060, onde desovou o corpo da esposa em um matagal. Ele foi denunciado pelo feminicídio qualificado pelo motivo torpe, na presença de descendente e emprego de asfixia, além da ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Foi designada audiência para ouvir testemunhas de acusação para o dia 19 de abril. Tamerson está preso na Base Aérea de Campo Grande desde o dia 6 de março, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado.
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