Antes de ser morta por militar da Aeronáutica, Natalin contou para avó sobre agressões
Vítima foi morta asfixiada pelo marido
Renata Portela, Marcos Tenório –
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Acontece nesta segunda-feira (6) audiência sobre o feminicídio de Natalin Nara Garcia Freitas Maia, de 22 anos, morta pelo marido, segundo-sargento militar da Aeronáutica, Tamerson Ribeiro Lima de Souza, 31 anos. Em depoimento, familiares relataram episódios de agressões e o medo que a vítima sentia do marido.
Avó de Natalin relatou que no final de 2021 a jovem pediu para dormir com ela e, naquela noite, confidenciou que o casamento não ia bem. “Ele está me maltratando, me machucando, tenho medo”, teria dito Natalin para a vó. Ainda segundo a testemunha, a neta contou que, se prestasse queixa, Tamerson a mataria.
A mãe afetiva da jovem também foi ouvida na audiência e contou que o casal se conheceu por um aplicativo de relacionamento. Porém, a família passou a presenciar muitas brigas. “Viviam um mês bom e o resto brigando”, disse. Para ela, o casal não combinava e Natalin também teria agredido Tamerson.
Segundo a familiar, teria ocorrido uma traição por parte de Natalin, mas que isso nunca chegou a ser objeto de discussão. No dia do assassinato, Tamerson teria ligado para a sogra, dizendo que Natalin tinha saído de casa e que não sabia onde ela estava. Ele, inclusive, chorava muito ao telefone, dizendo ainda que a jovem estava usando drogas.
Militar é réu pelo feminicídio
No dia 7 de março, Tamerson se tornou réu pelo feminicídio de Natalin Nara. O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, na Rua Dorothea de Oliveira, no Residencial Oliveira.
Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.
Natalin foi morta por asfixia mecânica. A filha do casal esteve na residência todo o tempo durante o crime. Tamerson então enrolou o corpo da esposa em um lençol e colocou no porta-malas do carro. Na manhã seguinte, ele ainda levou a filha de apenas 4 anos para a escola, com o corpo da mãe no veículo.
Depois, dirigiu até a Rodovia BR-060, onde desovou o corpo da esposa em um matagal. Ele foi denunciado pelo feminicídio qualificado pelo motivo torpe, na presença de descendente e emprego de asfixia, além da ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Foi designada audiência para ouvir testemunhas de acusação para o dia 19 de abril. Tamerson está preso na Base Aérea de Campo Grande desde o dia 6 de março, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado.
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