Há dois anos, ex-secretário de agricultura de Dourados era morto por ex-funcionário em barbearia

Cabeleireiro foi condenado a 14 anos de prisão durante Tribunal do Júri

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(Foto: Marcos Morandi- Arquivo Midiamax)

Em pleno pico da pandemia, em julho de 2020, há dois anos, o secretário municipal de Agricultura Familiar de Dourados, Alceu Junior Silva Bittencourt, foi assassinado por um ex-funcionário. Ele estava em sua barbearia e atendia um cliente quando foi esfaqueado.

Desde o dia 5 de julho de 2020, Fernando Souza Gonçalves está preso pelo homicídio, quando foi reconhecido por uma equipe da Guarda Municipal ao passar por uma barreira sanitária contra o coronavírus, na Avenida Presidente Vargas.

Fernando foi abordado em um Celta vermelho, o mesmo utilizado durante a fuga, logo após o crime. Ele foi demitido por se recusar a usar máscara de proteção durante o serviço, e era funcionário de Alceu. O secretário morreu antes mesmo de ser socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Segundo a denúncia do Ministério Público nos autos do processo, no final do ano de 2019 Fernando teve a ideia de abrir seu próprio salão, mas foi convidado por Alceu a continuar na equipe do ex-secretário, visto que era o único cabeleireiro do salão. Ainda segundo o MPMS, o réu tinha a expectativa de que fosse ressarcido por Alceu dos investimentos já feitos.

No dia do crime, Alceu chegou até a barbearia para atender um cliente que já estava agendado. Enquanto fazia o corte, Fernando entrou no estabelecimento, de máscara e com uma faca na cintura, cumprimentando o patrão e o cliente. Ele teria simulado procurar suas ferramentas de trabalho e se posicionou atrás do ex-secretário.

Nesse momento, Fernando pegou a faca que carregava na cintura e desferiu pelo menos dois golpes contra Alceu, atingindo seu pescoço e costas, que caiu ao solo e começou a gritar. O cliente, então, pegou uma cadeira e tentou jogar contra Fernando para que ele parasse, momento em que o réu foi até a parte externa do salão.

Fernando correu até seu carro GM Celta vermelho, estacionado em frente à barbearia, e atirou a faca na direção do cliente — que só não foi atingido porque estava com uma placa em frente ao corpo, utilizando como escudo de proteção.

Logo após, o cliente percebeu que o ex-secretário estava sem vida e pediu socorro aos vizinhos, que acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

No dia seguinte ao crime, 5 de julho, Fernando foi parado na barreira porque estava com o veículo com defeitos na sinalização, na saída para a cidade de Itaporã. Ao conversar com os guardas, estes perceberam que Fernando estava bastante alterado e reconheceram ele como autor. Então, ele confessou ter matado o ex-secretário, e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

Fernando permanece preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) desde então, e foi condenado a 14 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, em maio de 2021, por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

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