Durante a Operação Parasita, realizada nesta quarta-feira (7), empresário de 50 anos foi preso em flagrante no Jardim dos Estados, em Campo Grande. Ele foi detido com uma arma de fogo no apartamento em que mora, na Avenida Ricardo Brandão.

Conforme as informações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), mandado de busca e apreensão foi cumprido no apartamento do empresário. Ele é dono de um comércio de produtos hospitalares.

No apartamento, foi encontrada uma espingarda. Já na empresa que fica na Vila Lucinda, em um cofre, foram encontradas munições. A arma tinha registro, mas não estava no nome do empresário, que alegou que tentava a transferência.

Preso em flagrante, ele responderá pela posse irregular de arma de fogo e foi levado para a delegacia. Assim, foi arbitrada fiança, paga pelo empresário que acabou solto em seguida.

Fraudes nas compras do HRMS

A operação realizada nesta quarta-feira (7) pelo Gaeco e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) tem como alvo organização criminosa que realizava compras fraudulentas para desviar dinheiro público. Os produtos teriam como destino o Hospital Regional, em Campo Grande.

Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Itajaí (SC) e Campo Grande. Os investigados são suspeitos de associação criminosa, crimes de licitação, emissão de notas fiscais falsas, falsidade ideológica e peculato.

O grupo agia simulando procedimentos de compra e venda de produtos, que chegariam ao Hospital Regional. No entanto, esses produtos nunca foram entregues. As compras fraudulentas resultavam no desvio de dinheiro público, com pagamento de propina.

Já foi identificado prejuízo de mais de R$ 14 milhões nos últimos anos. Em um dos casos, foi feita compra de R$ 2,5 milhões em contraste. Esse produto duraria algo em torno de quatro anos, mas nunca foi entregue.

Portanto, o material agora está em falta no hospital, inviabilizando os exames em que é necessário o uso de contraste. Os mandados de busca e apreensão têm como alvos pessoas físicas e jurídicas.

A operação ainda contou com apoio do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). O nome Parasita decorre da ação danosa que suga os recursos públicos da saúde, prejudicando tanto o regular funcionamento do hospital público como os pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

Loja de produtos hospitalares foi alvo da operação

O Gaeco cumpriu na manhã desta quarta-feira (7) mandado de busca e apreensão em uma loja de produtos hospitalares no Bairro Vila Glória, em Campo Grande. Outro mandado foi cumprido simultaneamente em uma corretora de imóveis no Centro.

Segundo informado pelo proprietário do comércio ao Jornal Midiamax, a loja existe há 20 anos e os agentes chegaram nas primeiras horas da manhã. “Acredito que não deve ser nada, ou alguma investigação de rotina. Talvez seja algo envolvendo órgão público, já que eu participo bastante de licitação”, afirmou o proprietário, em relação aos alvos da operação.

Segundo o advogado do empresário, João Anselmo, ele ainda não teve acesso aos autos para saber sobre o motivo das investigações. Ele ainda afirmou que os agentes estão analisando documentos da empresa.