Cinco dias após o desparecimento de Maykel Martins Pacheco, de 19 anos, morador na Vila Nhanhá, a polícia continua em buscas pelo corpo do rapaz. Até o momento, a investigação aponta que ele foi vítima de ‘' do PCC (Primeiro Comando da Capital), por pertencer à facção rival CV (Comando Vermelho).

O delegado Geraldo Marim, adjunto da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), disse ao Jornal Midiamax que as buscas pelo corpo da vítima continuam e que é o foco da investigação no momento. Uma vez o corpo encontrado, há comprovação de homicídio e ocultação de cadáver, crimes já revelados pelos quatro envolvidos que estão presos desde a sexta-feira (6).

Ainda conforme o delegado, há suspeita de envolvimento de outras pessoas no caso. A mãe de Maykel já foi ouvida na DEH e agora a namorada dele deve prestar depoimento. Foi ela quem alertou a mãe sobre o caso, mandando mensagens pelo celular avisando que o PCC tinha assassinado o jovem.

A mãe do rapaz não chegou a falar sobre ameaças sofridas pela vítima, até porque ela não estava morando mais com o filho havia um mês.

Investigação e prisões

Com as informações do sequestro do jovem na quinta-feira (5), equipe do GOI (Grupo de Operações de Investigações) foi até a região da Nhanhá. Ninguém sabia do paradeiro da vítima e, durante as investigações os policiais foram informados que a mãe do rapaz procurou a delegacia relatando que ele tinha sido assassinado.

A última pessoa a ser vista com o jovem era Tales Valensuela Gonçalves, de 22 anos, que foi encontrado na frente da casa da avó e tentou fugir da abordagem. Ele acabou confessando aos policiais que tinha participado da organização do plano. Ainda segundo o rapaz, ele contou que levou Maykel até a cantoneira, a casa que servia de cativeiro até que ele fosse assassinado.

Ele ainda revelou aos policiais que é membro do PCC e que a casa pertencia a Iago Gustavo Ribeiro Bronzoni , de 20 anos. Tales também revelou que ficou naquele cativeiro com Iago, Márcio Fernandes Feliciano, de 40 anos, Everson Silva Gauna, de 20 anos, e pelo menos mais outros dois suspeitos.

A equipe foi até a casa de Iago, onde ele estava com o cunhado Everson. Eles resistiram à prisão, mas Iago acabou confirmando que Maykel tinha sido mantido naquela casa por aproximadamente seis horas. Depois levaram a vítima até o local onde ela teria sido executada, ainda desconhecido.

Márcio foi encontrado na casa da mãe dele e preso. Ele chegou a confessar a participação e quando foi colocado na viatura, batia a cabeça na grade para alegar que tinha sido agredido pelos policiais. Ele ainda teria dito aos investigadores do GOI que foi pego de surpresa, caso contrário teria trocado tiro com os policiais e não seria preso.

Os quatro envolvidos foram levados para a delegacia e o delegado representou pela prisão preventiva. Eles passaram por audiência de custódia nesta segunda-feira (9) e permanecerão presos mediante prisão preventiva decretada pelo juiz. Todos foram indiciados por integrarem facção criminosa e os crimes de homicídio e ocultação de cadáver são investigados.