Após ser solto, assassino de motorista de aplicativo voltará para prisão

O juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, determinou nesta quarta-feira (23) a prisão de Igor Cesar de Lima Oliveira, investigado pelo assassinato do motorista de aplicativo Rafael Baron, em Campo Grande. O suspeito havia sido beneficiado com progressão de pena pelo crime de roubo, pelo qual já havia […]

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Amigos e familiares de Rafael durante protesto nesta quarta-feira. (Marcos Ermínio
Amigos e familiares de Rafael durante protesto nesta quarta-feira. (Marcos Ermínio

O juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, determinou nesta quarta-feira (23) a prisão de Igor Cesar de Lima Oliveira, investigado pelo assassinato do motorista de aplicativo Rafael Baron, em Campo Grande. O suspeito havia sido beneficiado com progressão de pena pelo crime de roubo, pelo qual já havia sido condenado, e voltou às ruas nesta semana em regime semiaberto, mesmo tendo sido denunciado por homicídio.

O juiz disse em sua decisão que até então não tinha conhecimento deste novo caso. Ele falou que o juízo age com base nas informações que constam nos autos do processo e considerou estranho “que as autoridades policiais não tenham noticiado nos autos ocorrência de crime de tamanha gravidade”. O réu cumpria pena na Colônia Penal Agroindustrial da Gameleira.

“Assim, suspendo o regime prisional em que se encontra [semiaberto], e pela gravidade do fato, decreto a regressão cautelar de regime prisional, devendo ser mantido intramuros [preso] em regime semiaberto até ulterior deliberação”, decidiu o magistrado.

Ou seja, conforme relatado pelo juiz, a autoridade policial não representou pela prisão do suspeito no caso do homicídio, já que na época dos fatos ele estava fora do flagrante e encontrava-se preso por conta do roubo. No entanto, o réu foi beneficiado pela progressão ao regime semiaberto e, como não havia impedimento com relação ao homicídio, ele acabou saindo.

Rafael foi assassinado com dois tiros, um no pescoço e outro no ombro, no dia 13 de maio, após ser solicitado para fazer uma corrida para um casal, da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Leblon até o residencial no Jardim Campo Nobre. Na época, Igor teria dito que cometeu o assassinato depois da vítima puxar assunto com sua esposa, e que estava arrependido do crime. Igor se apresentou a polícia no dia seguinte acompanhado de um advogado.

Protesto

Em protesto à soltura de Igor, amigos do motorista fizeram carreata em Campo Grande nesta quarta-feira (23). Segundo um dos colegas de Rafael, identificado apenas como Marcelo, nesta terça-feira (22), eles ficaram sabendo que Igor estava acompanhado da mãe e da esposa na Avenida Júlio de Castilho e ainda teria pedido um motorista de aplicativo. Ainda segundo Marcelo, Rafael estava trabalhando como motorista a pouco tempo. Ele estava juntando dinheiro para comprar uma casa, disse.

A viúva de Rafael Baron, Karinne Pereira Baron de 25 anos, disse ao Jornal Midiamax que ficou em choque quando soube que Igor estava solto. “Todos da família estão desesperados com está notícia, ainda nem nos recuperamos da perda do Rafael”, disse a mulher.

“Muito triste a Justiça estar sendo tão falha”, disse Karinne. Segundo ela, amigos de Rafael teriam reconhecido Igor nas ruas de Campo Grande, e quando procuraram o advogado para saber o que havia acontecido, veio então, a confirmação de que ele estava nas ruas após a progressão de pena pelo crime de roubo.

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