Sétimo dia de manifestações na Colômbia será pacífico e manifestantes irão de branco
O Comitê Nacional de Paralisação da Colômbia (Comité Nacional de Paro) anunciou uma grande mobilização pacífica para hoje (27). Os manifestantes devem ir todos vestidos de branco, e rejeitar qualquer ato de violência no país. É o sétimo dia de manifestações ininterruptas na Colômbia. A onda de protestos começou na última quinta-feira (21), com uma greve […]
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O Comitê Nacional de Paralisação da Colômbia (Comité Nacional de Paro) anunciou uma grande mobilização pacífica para hoje (27). Os manifestantes devem ir todos vestidos de branco, e rejeitar qualquer ato de violência no país.
É o sétimo dia de manifestações ininterruptas na Colômbia. A onda de protestos começou na última quinta-feira (21), com uma greve geral contra o governo de Iván Duque, convocada por sindicalistas, estudantes, professores e indígenas. O presidente do país está há apenas 15 meses no poder e tem 69% de reprovação.
O lema da marcha de hoje, intitulada 27N, é Contra o Pacote de Duque, a OCDE, o FMI e o Banco Mundial. Pela Vida e pela Paz. Além de protestar contra o pacote de reformas de Duque, os manifestantes vão render homenagem ao estudante Dilan Cruz, símbolo dos protestos, morto após ser ferido pelas forças de segurança.
Manifestações pacíficas são esperadas em diferentes partes da capital, Bogotá. No Parque de los Hippies foi convocado um “panelaço sinfônico”, para que as pessoas levem seus instrumentos musicais e, com uma partitura em conjunto, realizem uma peça musical.
Outro evento é o “cantemos pela paz”, que será realizado às 13h (hora local), no Centro Comercial Titan Plaza, onde as pessoas serão convidadas a cantar hinos de paz e canções de protesto colombianas. Além de Bogotá, há manifestações previstas em Cali e Medellín.
Pacote
O pacote de reformas anunciadas por Duque engloba reformas trabalhista, previdenciária e tributária.
Ontem (26), após mais de três horas de reunião, líderes do comitê reafirmaram a intenção de manter um diálogo direto com o presidente Duque, mas se recusaram a aceitar uma “Grande Conversa Nacional” (Gran Conversación Nacional), que seria um diálogo ampliado com outros setores, como empresários e representantes do Ministério Público, por exemplo. O comitê exige uma negociação sem intermediários.
Em resposta, o presidente Duque disse que “falar não é chegar com a reivindicação unilateral, não é colocar uma demanda em cima da mesa, mas colocar-se no lugar do outro e entender os argumentos dos outros. Porque uma das principais características do populismo na América Latina é acreditar que a pobreza é enfrentada por decreto ou, simplesmente, aniquilando as aspirações daqueles que estão do lado do desenvolvimento de negócios ou do emprego”.
Duque disse ainda que “não pode se tirar a mobilidade dos humildes, impedir uma pessoa de exercer o direito ao trabalho ou semear na sociedade medos e falácias. Devemos distinguir o que é um protesto pacífico, e ao mesmo tempo ter a firmeza de condenar (atos de violência)”.
Solução da crise
O comitê divulgou em sua página na internet sete pontos que considera fundamental para solucionar a crise no país. O primeiro é justamente a reforma da Previdência. Representantes do comitê são contrários à reforma proposta por Duque.
O segundo ponto diz respeito ao processo de paz. O governo é acusado de não ter implementado com rigor os acordos feitos no período final da guerrilha com as Farc, que incluíam planos econômicos e sociais para as regiões mais afetadas pelo conflito.
Outros pontos que o comitê pretende discutir com Duque são a reforma trabalhista; a privatização de entidades estatais; os assassinatos sistemáticos de líderes sociais e indígenas; o descumprimento dos acordos feitos com organizações sociais, indígenas, de mulheres e estudantis, e o descumprimento de acordos de proteção ambiental. O comitê também reclama abuso e uso excessivo da força por parte da polícia.
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