França e Alemanha lamentam execução de clérigo xiita
Alemanha também reagiu por meio de porta-voz
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Alemanha também reagiu por meio de porta-voz
A França e a Alemanha lamentaram hoje (3) a execução do clérigo xiita Nimr Baqir al-Nimr pela Arábia Saudita, em um episódio que gerou violência em vários países do Médio Oriente e que pode levar a nova escalada de tensões entre sunitas e xiitas.
Nimr al-Nimr, que passou mais de uma década estudando teologia no Irã e foi um dos organizadores dos protestos xiitas contra o governo saudita desde 2011, foi um dos 47 xiitas e sunitas executados no sábado (2) na Arábia Saudita, tendo a sua morte provocado violentos protestos no Irã.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, em comunicado, disse que “lamenta profundamente” a execução de 47 pessoas na Arábia Saudita no sábado, entre as quais o líder religioso xiita, reiterando que continua a ser contra a pena de morte em “todos os lugares e em todas as circunstâncias”.
A França, que é um aliado próximo da Arábia Saudita, apelou aos responsáveis da região para que “façam tudo para evitar a exacerbação das tensões sectárias e religiosas”.
Alemanha
A Alemanha também reagiu por meio do porta-voz do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros. “A execução de Nimr Baqir al-Nimr fortalece a nossa atual preocupação com a crescente tensão (…) na região”.
Londres não condenou diretamente a execução de Nimr Baqir al-Nimr, declarando apenas por meii do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros a oposição do Reino Unido à pena de morte “em todas as circunstâncias e em todos os países”.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, disse estar “profundamente consternado” com a execução de 47 pessoas na Arábia Saudita e apelou à calma nas reações à morte do líder religioso xiita, segundo o porta-voz da ONU.
Protestos violentos
A morte do líder religioso xiita provocou violentos protestos contra a embaixada da Arábia Saudita em Teerã e na Praça Palestina que reuniram cerca de mil pessoas na capital iraniana. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que a Arábia Saudita vai sofrer uma “vingança divina” pela execução de “um mártir” que foi morto “injustamente”.
Em Bahrein, estado insular do Golfo Pérsico, houve vários controntos entre a polícia e manifestantes xiitas, que protestavam contra a execução de Nimr al-Nimr, deixando diversos feridos.
Os confrontos ocorreram em várias cidades do subúrbio xiita de Manama, onde a polícia usou gás lacrimogêneo e, em alguns casos, balas de chumbo contra manifestantes que lançavam coquetails Molotov, segundo testemunhas citadas pela Agência France Presse (AFP).
Associação ao terrorismo
O Ministério do Interior da Arábia Saudita declarou, no sábado, em comunicado, que as 47 pessoas executadas tinham sido condenadas por terem adotado a ideologia radical “takfiri”, juntando-se a “organizações terroristas” e implementando várias “parcelas criminosas”.
Estas foram as primeiras execuções de 2016 na Arábia Saudita, um país ultraconservador que executou 153 pessoas em 2015, segundo uma contagem feita pela AFP com base em números oficiais.
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