Controles contra epidemias em aeroportos detectam apenas 50% dos casos

Para melhorar a eficácia dos exames, os cientistas propõem focar os recursos na chegada dos aeroportos e não na saída

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Para melhorar a eficácia dos exames, os cientistas propõem focar os recursos na chegada dos aeroportos e não na saída

Os controles médicos em aeroportos para evitar a propagação de doenças como o ebola e a gripe aviária detectam apenas a metade dos passageiros infectados, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

A principal barreira para que estes controles não sejam mais efetivos é o fato dos passageiros que não demonstram sintomas evidentes podem mentir sobre os riscos que correram pois isto poderia atrasar a viagem, segundo o trabalho feito conjuntamente com a Universidade da Califórnia (UCLA).

Para melhorar a eficácia dos exames, os cientistas propõem, entre outras medidas, focar os recursos na chegada dos aeroportos e não na saída.

Os pesquisadores utilizaram um modelo matemático para analisar os controles para detectar seis vírus: Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), ebola, Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV); Marburgo e da Gripe Suína (H1N1).

Os cientistas constataram que nos casos de doenças com períodos de incubação largos, como ebola e a febre de Marburgo, os exames de temperatura são particularmente ineficazes no início da enfermidade.

O estudo sugere que o método de detecção mais eficiente na fase inicial destas doenças são os questionários.

Por outro lado, para enfermidades que se incubam por períodos mais curtos, como a gripe suína, medir a temperatura dos passageiros é eficaz.

Embora os testes nos aeroportos no momento da chegada tenham sido criticado em outras pesquisas, este estudo considera a medida capaz de detectar alguns casos que passam desapercebidos nos aeroportos de saída.

“Nossas descobertas mostram que os exames aeroportuários devem ser feitos de acordo com a epidemia que se pretende controlar”, afirmou Adam Kucharski, um dos autores do trabalho.

“Por exemplo, os questionários provavelmente não detectarão casos de MERS-CoV, mas podem ser muito úteis em outras infecções. Já medir a temperatura na chegada talvez consiga detectar casos de gripe aviária, mas dificilmente de ebola”, explicou.

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