Neste domingo (22), a Cia de do apresenta, pela primeira vez em Corumbá, o espetáculo ‘Estado Fantasma'.

O projeto começou a ser desenvolvido em maio deste ano quando o coreógrafo, Fernando Martins, passou 40 dias na cidade, em imersão com os bailarinos. Assim, do processo criativo e das trocas entre eles, nasceu o ‘Estado Fantasma'.

“O ‘Estado Fantasma' também trata de nossa insensibilidade, desatenção e incapacidade de ver as coisas como realmente são. Enquanto estamos anestesiados e obcecados em obter mais bens e mercadorias, não percebemos diretamente que nossos caprichos estão diretamente ligados à exploração das terras indígenas, seja em ouro, madeira ou minério, além do número elevado de doenças que invadem seus territórios. Somos comedores de terra, como diz Davi Kopenawa. Assim, o primeiro passo seria entender como isso acontece”, explica o coreógrafo.

Agora, Fernando volta para a Cidade Branca para 11 dias de ensaio junto aos bailarinos, até a estreia do espetáculo.

Sobre a Cia de Dança do Pantanal

A Cia de Dança do Pantanal foi criada em 2017, na cidade de Corumbá/MS, fronteira com a Bolívia, sendo uma das ações integradas do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. O intuito desde o início é de proporcionar acesso e oportunidade de profissionalização de bailarinos oriundos de projetos sociais sul-americanos, bem como representar o território pantaneiro, divulgando a dança com repertórios que incluem peças neoclássicas e contemporâneas, criadas por coreógrafos nacionais e internacionais.

A Companhia se propõe a explorar e focar em seus trabalhos contemporâneos um dos biomas mais preciosos da Humanidade, o Pantanal, que se estende pelo Brasil, Bolívia e Paraguai, países que têm o estado de como adjacente e é considerada a maior área inundável do planeta.

A companhia é um espaço onde artistas locais, nacionais e internacionais, formados com um alto grau de conhecimento técnico, artístico e profissional nos padrões internacionais representam Corumbá/MS e o Brasil, dentro e fora do país, para um público cada vez mais exigente de qualidade, excelência e grandeza no Brasil e no mundo.

Serviço

“Como seres que vivem em conexão com a natureza e dependem dela para sobreviver, os indígenas sentem o impacto destrutivo que o consumismo moderno causa em seu ambiente. As raízes profundas, que antes serviam como sustento e abrigo, agora são arrancadas para dar lugar a estradas e construções que trazem poluição e degradação ao ambiente. Hoje, rastejam sem rumo para fora da lama, misturando-se com a fumaça”.

É assim que a companhia de dança descreve o mais novo espetáculo, que é gratuito e aberto ao público.

A apresentação acontece no domingo (22), a partir das 17h30, no Porto Geral, em Corumbá.