Poemas e poesias viram ‘cápsulas de oxigênio’ durante a pandemia e são reunidos em livro

A inspiração vinha de madrugada e no decorrer do dia, na época de pandemia. O jornalista Maranhão Viegas, de 60 anos, então escrevia poemas, poesias, falando da vivência das pessoas com algo até então desconhecido: a covid e seus reflexos. Aos poucos, foi compartilhando com conhecidos e nomeou os escritos de “cápsulas de oxigênio”, agora […]

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A inspiração vinha de madrugada e no decorrer do dia, na época de pandemia. O jornalista Maranhão Viegas, de 60 anos, então escrevia poemas, poesias, falando da vivência das pessoas com algo até então desconhecido: a covid e seus reflexos. Aos poucos, foi compartilhando com conhecidos e nomeou os escritos de “cápsulas de oxigênio”, agora elencados em um livro.

O lançamento, em Campo Grande, incluiu uma palestra em um auditório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e agora terá autógrafos e vendas oficiais, nesta quinta-feira (6), no Sesc Cultura, localizado na Avenida Afonso Pena, região central da cidade.

“Este livro é um registro deste tempo pandêmico, mas é, sobretudo, um produto que eu proponho lançar mão da poesia e da prosa para falar deste tempo duro, em que a gente teve que lidar com o desconhecido. Este é o cerne desse produto que terminou acontecendo a partir do momento mais difícil que a gente enfrentou, quando o vírus se instala no mundo e, particularmente, no Brasil, nos obrigando a viver uma série de situações inusitadas, sob o ponto de vista do fato da gente nunca ter vivido uma pandemia”, contou Maranhão.

Desta forma, o jornalista descreve o fato da população precisar usar máscara, seguir afastamentos, assimilar protocolos de higienização das mãos, a necessidade de comprar e consumir produtos de forma diferenciada, seguir o afastamento das famílias, das pessoas, o fim dos abraços, dos apertos de mão, entre outros assuntos.

“Nos escrito eu falo até dos cumprimentos que o brasileiro é tão sinestesicamente acostumado a dar. Com o tempo, dei o nome de cápsulas de oxigênio e passei a distribuir para pessoas amigas, então, é algo que vai adquirindo volume e função importante, porque passa também a servir de pequenas cápsulas de oxigênio em um período em que o ar estava rarefeito e isso, ao final, vira livro. Paralelo a isso, também registro um tempo em que a gente tem grandes perdas e fico permanentemente na linha de frente, na condição de jornalista”, relembrou Maranhão.

Ainda conforme o escritor, os relatos não são “uma visão entristecida e desesperançada” deste período. “É justamente o contrário, é uma visão cheia de esperança. Também aproveito o momento para falar do período em que enfrentamos tremenda desinformação, atravessando esse rio e chegando do outro lado da margem e sobrevivendo com uma expectativa de encontrar um tempo melhor”, finalizou.

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