Observar o céu no período noturno, ultimamente, é um presente, e os amantes da lua cheia podem corroborar isto. Só que além do “planeta secundário e misterioso”, luzes de origem desconhecida apareceram na região sul do país recentemente. No decorrer dos últimos dias, no entanto, observadores de todo canto passaram a buscar hipóteses e é claro que, em Campo Grande, não seria diferente. Afinal, você viu alguma coisa?

O MidiaMAIS conversou com especialistas, observadores e estudantes e as respostas não foram unânimes. Há quem garante que viu as luzes, rapidamente, por cerca de 20 segundos e inclusive tem a avó como testemunha. Ao contrário, há quem negue veementemente qualquer sinal do fenômeno em Mato Grosso Sul.

O de engenharia física e coordenador do Clube Kepler de e Ciências do Espaço, da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Vinícius Pavão, de 18 anos, disse que está em observação desde a última sexta-feira (4).

“Estava observando o céu com um telescópio 400x70mm. Às 18h20, eu e a minha avó, que estava observando com um binóculo, vimos um objeto passar próximo à lua, na direção oeste. Ele tinha uma magnitude de aproximadamente -1 [comparável a magnitude de Saturno], e que ficou visível por pouco menos de 20 segundos, e desapareceu. Aparentava ser um satélite, mas não constava em nenhum catálogo [Stellarium, Heavens Above]”, falou.

Na ocasião, o jovem fala que, infelizmente, não conseguiu fazer registro algum, porém, relatou para os colegas, para o caso de mais alguém ter avistado. “Também não era um avião, pois, se movia lentamente demais, era pontual e não piscava. Da mesma forma, não aparentava ser um meteorito. Esse é um registro da lua que fiz logo depois”, comentou o jovem, que atua para fazer divulgações científicas da cosmologia.

‘Vi um satélite chegando, mas, é normal', diz estudante

A estudante de física, Aurora de Arruda Savalio, de 19 anos, do clube de astronomia Carl Sagan, fala que não ouviu nenhum relato em . “Observei nestes dias e não vi nada diferente. Consegui pegar um satélite chegando, mas, é normal”, disse.

O meteorologista Natálio Abraão, da mesma forma, disse que houve um questionamento sobre a possível aparição das luzes por aqui, porém, nada foi encontrado. “Não detectamos qualquer presença. Na semana passada, fomos questionados e buscamos as fontes na torre de controle da base aérea e também do radiossonda, mas, não localizamos nada”, comentou.

Em seguida, Natálio diz que também entrou em contato com o controle do aeroporto de e Dourados, na região sul do Estado, mas não obteve informações. “Estes aeroportos não operam a noite e não fica nenhum operador na área, portanto, não dá para precisar este evento. Em Campo Grande também não houve identificação de nada”, argumentou.

Luzes não identificadas podem ser ‘flyers de satélite'

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

As luzes não identificadas no céu de Porto Alegre, que inclusive foram motivos de diálogos entre pilotos e companhias aéreas nos últimos dias, podem ser reflexos do sol em painéis de satélites. Ao menos é esta uma das hipóteses levantadas pela Bramon (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), que chama o fenômeno de ‘flyers de satélite'.

Já a FAB (Força Aérea Brasileira), quando questionada sobre o assunto, argumentou que “tudo ocorreu dentro da normalidade”, nos últimos dias, no Rio Grande do Sul. Além disso, ressaltou que nenhum objeto desconhecido foi identificado nos radares de defesa aérea.

Quer observar o ceú com telescópio?

Ainda ficou curioso. Nesta quinta-feira (10), das 19h30 até 21h30, haverá uma observação no céu com telescópio. O ponto de encontro será no monumento símbolo da UFMS, na cidade universitária.