O período crítico para o setor da cultura e eventos, com a paralisação por conta da pandemia, definitivamente ganhou novo cenário em 2022: festivais foram retomados em todo o Estado, reformas de prédios importantes estão em andamento e o próximo ano está com previsão de novas instalações culturais. Pois é… produção artística por aqui? Temos, e muita!

Bonito e Corumbá, por exemplo, agora não são somente cidades para explorar o turismo, mas sim locais de grandes shows, com recorde de público e agora consolidados, como points de festivais, em Mato Grosso do Sul. Em outras cidades, como Ponta Porã e Campo Grande, prédios importantes estão sendo reformados e eventos seguem a todo vapor!

Festivais em 2022

Apresentação cultural no FIB 2022. Foto: Graziela Rezende/Jornal Midiamax

Fazendo um “remember”, podemos dizer que os festivais este ano embalaram milhares de fãs com boa, apresentações culturais e turistas eufóricos, principalmente por conta das nossas belezas naturais e atrações disponíveis em Mato Grosso do Sul.

O Festival América do Sul, por exemplo, teve quatro dias de festas, abrangendo 15 áreas da cultura e 105 apresentações. O total, segundo a organização, foi de 60 mil espectadores.

Em , cidade turística localizada na região sudoeste do Estado, foram quatro dias do FIB (Festival de Inverno de Bonito), que abrangeram 15 áreas da cultura, com 117 apresentações e público estimado em 65 mil pessoas. Após dois anos sem “fervo”, os bonitenses agradeceram, e muito, os shows e eventos neste ano de 2022.

Cantor Daniel em apresentação do FIB 2022, em . Foto: Graziela Rezende/Jornal Midiamax

Veja algumas atrações que estiveram presentes no FIB:

O Festival Campão Cultural, já na segunda edição em , caiu de vez no gosto do público. Foram 8 dias com muitas apresentações na cidade, durante todo o dia, abrangendo 19 áreas da cultura e 211 apresentações, além de atrair quase 100 mil espectadores.

Esplanada lotada para ver Ludmilla, no Campão Cultural 2022. Fotos: Reprodução/Redes Sociais e Vaca Azul

Veja algumas atrações que estiveram presentes no Campão Cultural 2022:

Agora, é hora de citar algumas reformas. Conforme o FIC (Fundo de Investimentos Culturais) 2021/2022, o Estado teve 62 projetos aprovados e financiados, com edital previsto para esta segunda quinzena de dezembro.

Casa do Artesão, na Capital

Estrutura interna da Casa do Artesão quase pronta. Foto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax

Segundo a (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), neste ano inteiro ocorreu a reforma da Casa do Artesão. A inauguração estava prevista para novembro, porém, por conta de alguns atrasos na entrega e adaptações, a previsão foi adiada para janeiro de 2023.

O Jornal Midiamax fez uma visita guiada recentemente e mostrou, com exclusividade, como deve ficar o prédio centenário. Além da nova cor, o prédio da Casa do Artesão recebeu tubulação de ar-condicionado, nova calçada e fachada, mezanino, plataforma elevatória e um espaço para café. Tudo isto mantendo a originalidade da estrutura. 

Centro Cultural José Octavio Guizzo

Imagens do projeto arquitetônico cedidas ao Jornal Midiamax pela arquiteta responsável

Ainda de acordo com a FCMS, no Centro Cultural José Octavio Guizzo ocorre a reforma, ampliação e revitalização. Os serviços executados são de recuperação das fachadas, reforma dos ambientes internos existentes, incluindo agora novas instalações elétricas e hidrossanitárias, pintura, pisos e revestimentos, climatização e adequação da acessibilidade.

Teatro Aracy Balabanian

Imagens do projeto arquitetônico cedidas ao Jornal Midiamax pela arquiteta responsável

Também há previsão de ampliação da área dos camarins, substituição de toda cenografia, sonorização, acústica, elétrica e climatização do Teatro Aracy Balabanian.

As reformas começaram em setembro deste ano e a previsão de entrega é no primeiro semestre de 2023.

Castelinho em Ponta Porã

Revitalização do prédio do Castelinho em . Foto: Governo de MS/Divulgação

Com investimento previsto de R$ 5,5 milhões, ocorre o restauro do Castelinho, em Ponta Porã, cujo projeto arquitetônico foi concluído em 2020.

A obra foi iniciada em fevereiro de 2022, com previsão orçamentária aprovada para iniciar somente o restauro do edifício. Já a construção dos anexos será iniciada em uma segunda etapa. Os serviços executados são: restauro e recuperação de todos os elementos arquitetônicos danificados, assim como fachadas, coberturas, alvenarias, banheiros, adequação da acessibilidade, reforço estrutural, instalações elétricas e hidrossanitárias novas, dentre outros serviços.

A entrega da obra está prevista para fevereiro de 2023.

Museu de Tecnologia Agrícola em Maracaju

Governo deve restaurar o museu.
Foto: Governo de MS/Divulgação

Restauro e implantação do Museu de Tecnologia Regional Anna Thereza de Lima Alves, em Maracaju, município distante a 159 km de Campo Grande.

A ação ocorre após convênio firmado entre FCMS e a Prefeitura Municipal de Maracaju, com o objetivo de apoiar a restauração e implantação do local.

Serão executados serviços de restauro das fachadas, instalações elétricas e hidrossanitárias, substituição de cobertura, pintura, marcenaria, dentre outros serviços.

O valor do convênio é de R$ 750 mil.

Igreja São Benedito, da Comunidade Tia Eva

Igreja São Benedito, da Comunidade Quilombola Tia Eva, receberá projeto de restauração

A Igreja São Benedito da Comunidade Tia Eva recebeu um projeto de restauro e requalificação do seu entorno imediato. Recentemente, foi iniciada a atualização da planilha orçamentária, assim como adequação dos projetos arquitetônicos, elétricos e estruturais, a fim de lançar a licitação da obra.

Em fase preliminar de reconhecimento e elaboração de estudo técnico preliminar e termo de referência, notou-se a necessidade de ajuste, a restauração contemplará toda a parte de instalações elétricas e hidrossanitárias, pintura, pisos e revestimentos, climatização e adequação da acessibilidade. Obra prevista para iniciar em maio de 2023, com valores na ordem de R$ 2.750 milhões.

‘Para 2023, expectativas são as melhores possíveis', diz presidente

Gustavo de Arruda Castelo comanda a FCMS. Foto: Aurélio Vinícios

O presidente da FCMS, Gustavo de Arruda Castelo, ressaltou que, para o próximo ano, as expectativas são as melhores possíveis. “Trabalharemos para uma maior democratização da cultura com abertura de editais, os nossos três festivais, programas para atender a cultura de todo o Estado, além de um fortalecimento do Conselho de Políticas culturais, que tem participação bipartite, com membros do governo e da sociedade civil”, argumentou ao Jornal Midiamax.

Em 2023, Gustavo também ressaltou a continuidade das reformas. “Ano que vem também será muito importante para nosso patrimônio cultural, com as entregas dos prédios que estão em restauração e reforma. Teremos uma nova Casa do Artesão, Centro Cultural e o Teatro Aracy Balabanian será reaberto, além da entrega do Castelinho em Ponta Porã e outros aparelhos culturais que estão sofrendo restaurações em nosso estado”, pontuou.

Foto: Redes Sociais/Reprodução

‘Covid trouxe reflexões', diz cantora

Os artistas também sentiram o impacto pós-pandemia. A cantora Evelyn Lechuga, de 35 anos, por exemplo, fala que o período da covid trouxe reflexões não só na categoria dela, mas, em todos nós.

“Porém, como seres sensíveis, que notam a visão do todo, a dor e angústia, fez brotar em muitos artistas a vontade de falar através da arte, como não era possível fazer shows presenciais por conta da aglomeração, muitos tiveram que se reinventar”, falou.

Uma das formas, segundo Lechuga, foi a internet. “De certa forma, foi positivo, pois, aqueles que não sabiam gerenciar a carreira através do impulsionamento, das redes sociais, tiveram que aprender, então, vi muitos artistas da cidade voltar a produzir. Eu, inclusive, fui uma delas e é aquela história, de que a gente só vive essa vida uma vez”, finalizou.