‘É uma honra’: fotógrafo de MS expõe com Sebastião Salgado pela 1ª vez em mostra sobre Pantanal
Em cartaz a partir de 25 de novembro, a mostra sobre Pantanal reúne Alexis Prappas, Bia Dória, Sebastião Salgado e Victor Chahin
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Sebastião Salgado é um dos maiores nomes — se não o maior — da fotografia social brasileira por seus inúmeros trabalhos realizados ao redor do mundo. Figura de grande prestígio, muitos profissionais almejam compartilhar experiências ao lado do veterano. Esse sonho já pode ser riscado da lista de desejos do fotógrafo Alexis Prappas, de Campo Grande, que foi cotado para expor suas obras ao lado de Salgado durante exposição em São Paulo dedicada ao Pantanal.
“Pantanal e a Physis – Olhar o presente para ver o futuro” será realizada na Galeria Roberto Camasmie, na capital paulista. Com curadoria de Roberto Bertani, serão expostas as obras de Alexis Prappas, Bia Dória, Sebastião Salgado e Victor Chahin a partir de 25 de novembro.
“É uma exposição com foco no Pantanal, na qual ele [Sebastião Salgado] tem umas fotos também da Serra do Amolar. É uma ação coletiva em apoio ao IHP (Instituto Homem Pantaneiro), então a gente está fazendo essa parceria”, contou Prappas ao Jornal Midiamax.
Em 2020, o campo-grandense esteve na região pantaneira para retratar os incêndios que assolaram o território. Considerada uma das maiores tragédias ambientais do mundo, o fogo destruiu grande parte da fauna e da flora do bioma. Neste ano, o fotógrafo voltou ao local para capturar imagens da natureza se recuperando após tanto tempo em chamas. Uma das imagens expostas, inclusive, é uma panorâmica feita em conjunto com o filmmaker Giulliano Gondim, na Serra do Amolar.
Sebastião Salgado também fez um belíssimo trabalho no Pantanal, quando visitou o local pela primeira vez em outubro de 2011. De acordo com o site Documenta Pantanal, ele ficou na região por quase dois meses, alternando entre fotografar a bordo de um helicóptero do Ibama, em barcos e chalanas, e mergulhando nas águas dos corixos.
Salgado fala sobre o Pantanal e sobre a importância do despertar de todos para a questão da preservação. Para ele, é fundamental o apoio da “classe dominante”.
Essas duas visões estarão juntas na exposição “Pantanal e a Physis”. Apesar de tempos, espaços e registros diferentes, as obras de Salgado e Prappas retratam a mesma preocupação ambiental de preservação da maior planície alagada do mundo. Compartilhar essa experiência ao lado do ídolo, segundo Alexis, não tem explicação. Inspirado na trajetória de Sebastião, ele comemora:
“É uma honra, é tipo subir um degrau na carreira de fotografia. Ele é uma pessoa que a gente admira de longe e de repente está ali pertinho, a gente compartilhando uma parede. É muito bacana, como se estivesse passando de fase no videogame”, brinca Prappas.
Dia do Pantanal
O Dia do Pantanal é comemorado nesta sexta-feira (12). A data foi instituída pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e também por uma lei estadual do Mato Grosso do Sul, em homenagem ao ambientalista Francisco Anselmo de Barros, que morreu em 2005 durante um protesto em defesa do bioma.
Com o título de maior planície alegada do mundo e Reserva da Biosfera ratificada pela Unesco, o Pantanal é rico em biodiversidade e se estende por Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bolívia e Paraguai. Ao todo são quase 624.320 km² de área distribuídos entre três países, mas aproximadamente 62% está localizada em território brasileiro.
Apesar de toda riqueza e importância que o Pantanal representa para o equilíbrio ecológico do meio ambiente, neste ano, uma série de queimadas devastaram 29% de sua área, segundo o Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Dados do Inpe (Instituto de Pesquisas Espaciais) também afirmam que houve um aumento de 200% nos focos de incêndio entre 2019 e 2020. Dados como esses apontam a importância da criação de políticas públicas para a preservação do Pantanal.
Serviço
- Exposição Pantanal e a Physis – Olhar o presente para ver futuro
- Abertura: 25 de novembro, quinta-feira das 17h às 21h
- Visitação: até 20 de janeiro de 2022 (entrada gratuita). Segunda a sexta-feira das 9h30 às 18h30/ sábado das 10h30 às 14h (horário de SP).
- Endereço: R. Bela Cintra, nº 1992, Jardins.
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