Após 36 anos, Odair tira a sorte grande e compra um Atari ano 84 nunca usado

Muitas vezes as crianças têm sonhos que não são realizados pela falta de condições financeiras dos pais. Odair José de Melo, de 44 anos, nasceu na época em que o Atari era o videogame queridinho do momento, mas outras prioridades da família não permitiram que o garoto tivesse o brinquedo. Décadas mais tarde, o servidor […]

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Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Muitas vezes as crianças têm sonhos que não são realizados pela falta de condições financeiras dos pais. Odair José de Melo, de 44 anos, nasceu na época em que o Atari era o videogame queridinho do momento, mas outras prioridades da família não permitiram que o garoto tivesse o brinquedo. Décadas mais tarde, o servidor público estadual achou aquilo que seria sua “mina de ouro”: um anúncio na internet de um Atari original, de 1984, nunca usado.

A história por trás do brinquedo, oferecido inicialmente por R$ 400, é quase tão curiosa quanto a procura pelo equipamento.

O vendedor, morador de Campo Grande, havia feito um trabalho de “reparos” na casa de uma idosa e, como gratificação, recebeu o videogame. O Atari, ainda na caixa, teria sido comprado, em 1984, para o neto da idosa, que nunca se interessou em abrir o presente.

Após 36 anos, Odair tira a sorte grande e compra um Atari ano 84 nunca usado

A fascinação de Odair pelo Atari nasceu quando ele tinha 8 anos. Sua tia, na época, pediu que ele a acompanhasse até uma casa onde ela havia sido contratada para fazer uma diária. Quando chegou no local, o garoto viu um dos moradores jogando no videogame e ficou encantado com o brinquedo.

“Ele falou que eu poderia ficar ali brincando até ir embora porque ele ia para a escola. Isso ficou marcado na minha memória, já que meus pais não tinham condições de comprar”, lembra.

O tempo correu, Odair casou, passou no concurso público para o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e teve 3 filhos. Com a aquisição de novos bens para a comodidade da família que estava se formando, a vontade de comprar um Atari acabou ficando adormecida na memória.

“Quando comprei o primeiro brinquedo para meus filhos, você não imagina como eu fiquei feliz. Hoje, perto do que era nossa situação, me considera rico.”

Foi na última semana, durante uma conversa despretensiosa no trabalho, que o servidor confessou que era “louco” para ter um Atari. Um dos colegas perguntou o por quê ele ainda não tinha comprado um e, a partir de então, começaram as buscas na internet pelo videogame.

Em uma das andanças pela OLX, Odair achou o anúncio de um Atari ano 1984, nunca usado, pelo valor de R$ 400. Foram quase 7 dias de negociação até cliente e comprador fecharem o preço de R$ 300 à vista.

“Chorei muito no preço e falei para o rapaz meu sonho em ter um desses. Ele fez mais barato porque disse que confiou na minha palavra, e que sabia que o videogame teria uma boa finalidade.”

Após 36 anos, Odair tira a sorte grande e compra um Atari ano 84 nunca usado Após 36 anos, Odair tira a sorte grande e compra um Atari ano 84 nunca usado

O investimento foi apoiado pela esposa Cristiane. Mais do que uma aposta para reunir os 3 filhos em um momento de lazer dentro de casa, a compra do brinquedo representou o fechamento de um ciclo aberto na infância.

“Passamos dificuldades na vida, principalmente quando fazemos tudo corretamente. Ser honesto não é fácil. Apesar de passar mais de 30 anos, sinto que tudo que aprendi a cada dia valeu ais e mais. Sinto que Deus me presenteia todo dia,no tempo dele.”

Abrir o brinquedo, de acordo com o servidor, foi como voltar no tempo. “Quando peguei a caixa do Atari e fui abrir em casa, parecia que eu ainda tinha 8 ou 10 anos. Não tem explicação essa sensação de conquista. É uma mistura de vitória com reconhecimento por seguir o que é certo.”

Cristiane garante que o brinquedo acendeu também a curiosidade dos filhos. Os adolescentes, que nunca tiveram a oportunidade de jogar no Atari, estão se preparando para vencer os pais nas próximas competições no sofá de casa. “Trouxe o que era de moderno na nossa época para a realidade deles hoje”, pontua.

 

 

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