Cerca de 20 representantes estão no local

Artistas e integrantes de movimentos sociais estão revoltados com o governo federal, pelo fato do presidente interino, Michel Temer (PMDB), ter extinto o Ministério da Cultura. Desta forma, em Campo Grande, assim como em outras cidades, diversos artistas e integrantes de movimentos sociais ocuparam a sede do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), superintendência Estadual de Mato Grosso do Sul.

Segundo o presidente do Fórum Municipal de Cultura, Airton Raes, eles irão permanecer com a ocupação por tempo indeterminado e cerca de 20 pessoas estão dormindo no local em forma de protesto. “Não temos data para sairmos daqui. Vamos ficar por tempo indeterminado ou até que seja restituído o Ministério da Cultura que está prevista para ser votado na próxima terça-feira (24). É um total retrocesso esta extinção. Vamos continuar com gente dormindo aqui até que seja tomada alguma providência”.

Ainda segundo Raes, eles estão recebendo doações de materiais e alimentos de pessoas diversas para continuarem com o protesto. Ele também enfatizou que o movimento é totalmente apartidário. Marcos Mattos, integrante do fórum, ressaltou que as pessoas precisam ver a cultura com a importância que de fato tem na vida de toda uma sociedade e principalmente na formação de cada cidadão.

“Muita gente ainda tem a ideia de que artista é vagabundo e que tem que trabalhar. Todo mundo tem o direito de fazer a sua escolha, como qualquer outa profissão. A extinção do Ministério da Cultura é um desrespeito com a produção artística brasileira. A cultura no país tem u papel fundamental. Pois ela traz toda uma transversalidade entre as cadeias produtivas”, enfatizou Mattos.

Ainda segundo ele, a opinião de que artista é vagabundo foi imposta e desinformados adeririam. “Essa ideia de vagabundo foi imposta na sociedade e muitas pessoas compram este pensamento, sem saber como de fato tudo acontece. É falta de informação. Vamos buscar nossos direitos e não é justo o que o governo Michel Temer fez. Se nem o governo federal está dando valor para a cultura, imagina os estados e municípios, isso tem que mudar e vamos luar até que seja feito algo de retomada desta pasta tão importante para todos”, destacou

Eles estão fazendo três assembleia por dia e assim encaminhando os trabalhos e ações dentro do movimento. Até o momento não foi confirmado se haverá alguma passeata.

Nacional

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender nesta semana (18) a recriação do Ministério da Cultura, cuja extinção considerou um erro. “O Ministério da Cultura não vai quebrar o Brasil, mas sua extinção quebrará a nação porque coloniza a sociedade”, afirmou.

O senador disse que, em conversa com o presidente da República interino, Michel Temer, sugeriu que o assunto poderia ser resolvido por uma emenda na medida provisória da reforma administrativa (MP 726/16) enviada na última sexta pelo Planalto ao Congresso. A previsão é que seja votado já na próxima terça-feira (24).

“Ele [Temer] ficou de refletir. O importante era que nós contássemos com a simpatia do presidente para a recriação, para não significar involução no processo da cultura. Essa mudança pode ser feita aqui, no Congresso Nacional, e eu me comprometo com a condução do processo como presidente do Congresso”, disse, lembrando que, de qualquer maneira, Temer que terá que sancionar a medida .