Um dos maiores desafetos no Facebook, ‘Orgulho de ser hétero’ é removida
Exclusão aconteceu após denúncia neste domingo (1º)
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Exclusão aconteceu após denúncia neste domingo (1º)
Ela foi a razão de discussões acaloradas, fim de amizades, brigas de família e até casos de polícia por conta de seus posts repletos de machismo, misoginia, homotransfobia e racismo. Mas seus tempos de polêmica, pelo menos por enquanto, estão suspensos: a fanpage ‘#Orgulho de ser hétero”, no Facebook, foi removida neste domingo (1º) da rede social após denúncia de conteúdo impróprio.
A notícia vem em tom de comemoração para muitos ativistas virtuais que se dedicavam a denunciar e reportar a impropriedade do conteúdo publicado diariamente pela página. “Finalmente! Eu denunciava praticamente todo dia, mas o Facebook nunca acatou. Seria até interessante saber porque da exclusão, o que mudou”, comenta uma internauta sobre o caso. Com milhões de ‘fãs’, a página chegou inclusive a tentar a monetização por meio da venda de produtos licenciados. Bem, pelo menos por enquanto (o Facebook às vezes volta atrás das decisões que toma), ela é coisa do passado.
A página Dilma Bolada, paródia de Dilma Rousseff mantida pelo publicitário Jeferson Monteiro, foi uma das que se manifestou positivamente com a remoção do conteúdo ofensivo. “Uma Horcrux já foi… Porque você pode ter orgulho do que você quer mas não pode usar o seu direito de ser babaca travestido de ‘liberdade de expressão’ para ofender o próximo e nem passar por cima dos direitos de outrem. Racistas, misóginos, preconceituosos e todos aqueles que inferiorizarem e discriminarem as pessoas baseados em suas características, também como etnia, orientação sexual, religião, entre outras: não passarão!”, publicou nesta tarde no Facebook.
No Twitter, usuários também fizeram festa e estão rolando até memes, com direito a gifs, vídeos e muita, muita pinta. Entretanto, também houve muita indignação pela ‘demora’ da exclusão. “Denuncio esta página todo santo dia há anos e só agora ela saiu do ar. Estou feliz, menos conteúdo discriminatório na Internet, mas por que demorou tanto?”, indagou outra internauta.
Sobre a página
Com conteúdo assumidamente machista e homofóbico (pelo menos), a página usava um avatar com a foto do ator americano Charlie Sheen, que seria como um símbolo do orgulho heterossexual. Ela sugiu como uma resposta ao fortalecimento das paradas LGBT Brasil a fora, sobretudo a de São Paulo, e muitas vezes promoveu discurso de ódio nas postagens, que também abusavam da sexualização e objetificação da imagem feminina.
A página também usava a ‘liberdade de expressão’ como pretexto para atacar a legitimidade dos movimentos sociais e usava uma lógica particular para isso. Sem fundamentação acadêmica alguma, os autores distorciam a igualdade Constitucional como forma de enfraquecer as demandas sociais, a exemplo dos direitos reprodutivos femininos e direitos LGBT.
Com milhões de seguidores (por ter sido deletada, não há como precisar o total exato de curtidas na página), a fanpage sofria denúncias diariamente, chegando, inicialmente, a ter apenas algumas postagens excluídas. Com o tempo, a administração da página aprendeu a burlar as regras de postagem, colocando no ar conteúdo discriminatório sem infringir as políticas do Facebook. Um tempo que, para o bem de uma internet sadia e para o ódio de conservadores, chegou ao fim.
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