Opção para quem quer apimentar a relação, sex shop ainda é tabu para muitos

Para quebrar o gelo com clientes, vendedoras passam até por treinamento

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Para quebrar o gelo com clientes, vendedoras passam até por treinamento

O mercado dos famosos ‘brinquedinhos eróticos’, à venda nas dezenas de sex shops espalhados pela cidade, têm crescido consideravelmente no Estado. Já faz tempo que não é difícil encontrar locais especializados em vender opções para aqueles que não querem deixa a relação cair na rotina. Mas se para uns os produtos comercializados pelas ‘lojas calientes’ são a saída quando a intenção é dar aquela apimentada na relação a dois (ou a três, a quatro…), para muitas pessoas o uso de artigos eróticos ainda são motivo de acanhamento e timidez,

A auxiliar de cozinha Kedma Rodrigues, é um exemplo de como fantasias e apetrechos sexuais ainda são tabus. Com 19 anos, ela conta que nunca entrou em um sex shop. O motivo? Os maus olhos da sociedade. “Sinto vergonha, pois muita gente relaciona isso com pornografia”, revela.

Embora não esconda a curiosidade de conhecer e adquirir os produtos das lojas de produtos eróticos, Kedma lembra que a criação religiosa também é uma interferência. “Desde pequeno a gente ouve dizer que isso é pecado e esse ensinamento vai passando de pai pra filho. O pensamento de pessoas mais religiosas influencia muito”, afirma.

Assim como Kedma, a dona de casa Alessandra Pedroso, 38, não esconde o desconforto com o assunto. Visivelmente envergonhada ao ser questionada sobre a visita a um sex shop, ela se limitou a dizer que não gosta e que “nunca gostou dessas coisas”.

Quebrando o tabu

Para matar a curiosidade de tudo o que está disponível no mercado, fomos até o primeiro sex shop inaugurado em Campo Grande, inaugurado há quase onze anos e que até hoje permanece firme e forte no mercado. De acordo com a gerente do Afrodite, Jaqueline Alves, embora o perfil dos clientes do sex shop seja bem variado, os casais ainda são maioria. Para ela, a utilização de assessórios em um relacionamento vai além da brincadeira. É coisa séria. “Os produtos são para quem quer sair da rotina, além disso, é um investimento na vida do casal, afinal, se o casal está bem as demais coisas fluem”, afirma.

Quem vai até a loja de artigos eróticos pode encontrar de tudo um pouco. Por R$ 20 é possível levar para a casa óleos comestíveis de vários sabores, jogos eróticos e canecas com inscrições ‘animadas’. Mas para quem pode gastar um pouco mais, há ainda cosméticos estimulantes, fantasias sensuais, lingerie e até os famosos vibradores – os mais caros da loja chegam a custar até R$ 600.

No ramo dos sex shops há 7 anos, Jaqueline explica que para evitar aquele constrangimento na hora da compra, as atendentes passam por um treinamento específico. “ A ordem é agir com naturalidade, para que assim os clientes se sintam a vontade”, explica.

Seja casais com um bom tempo de união ou para quem está se conhecendo agora, o importante é não deixar o fogo da relação se esfriar. Para que isso não aconteça, que tal experimentar algo novo? Quem quiser dar uma conferida nos produtos do Afrodite é só ir lá na Galeria São José, na Rua 14 de Julho, 1944.

Texto sob supervisão de Guilherme Cavalcante.

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