Trabalho por conta própria vira alternativa em meio à crise e desemprego

Empreendedorismo é uma opção vantajosa

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Empreendedorismo é uma opção vantajosa

O momento financeiro do país não é dos melhores e isso reflete diretamente na geração de empregos. Por isso, o aumento do desemprego e diminuição dos postos de trabalho favorecem empreendedorismo. E Mato Grosso do Sul segue uma tendência nacional. Nas duas primeiras semanas de 2016, mais de 300 pessoas procuraram pelo Sebrae/MS para abrir uma empresa. O número representa o aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que as pessoas já anteciparam essa procura em seis capitais do Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador). A porcentagem dos que trabalham por conta própria passou 17,9%, em janeiro de 2013, para 19,8% em novembro de 2015.

De acordo com a analista técnica do Sebrae/MS, Michele de Freitas Carvalho o desemprego, pode justificar a tentativa de criar algo novo. “O brasileiro por si só já é muito empreendedor, mas a situação econômica do país impulsionou ainda mais as ideias. Recebemos diversos clientes desempregados que querem se tornar seu próprio chefe”. Ainda segundo ela, os setores mais procurados pelos futuros empreendedores são, o comércio de roupas, estética, construção civil e alimentação.

Experiências

A empresária Emily Monteiro, de 28 anos, desenvolveu sua ideia a partir de uma necessidade. Há dois meses, Emily iniciou o comércio de bolos recheados e caseiros em parceria com uma tia, a loja online ‘Mi Li Cakes’. “A iniciativa surgiu com o nascimento da minha filha. Me vi em casa sem poder sair para trabalhar”, contou. A experiência com produção de bolos a levou à acionar a criatividade e unir o útil ao agradável. 

Com auxilio das redes sociais, Emily conta que seu comércio expandiu e “que está sendo bem recebido pelas pessoas”. Inicialmente trabalha em casa, com serviço de encomendas, mas afirma que está procurando oficializar a empresa nos próximos meses.

O vendedor e agora empresário Áureo Machado, de 28 anos resolveu empreender. Ele conta que não precisou de um estimulo muito grande para isso, como um “desemprego”. A vontade de ser empresário e trabalhar por conta própria levou Áureo a largar o emprego em 2014 e encarar um experiência nova. Como sempre trabalhou com vendas, suas primeiras tentativas como empreendedor foram na área, mas não obteve muito sucesso.

No final de 2015, decidiu tentar um setor diferente, o de prestação de serviço, que o consolidou como empreendedor. “Eu não esperava a repercussão que estou tendo, isso é ótimo e me fez oficializar a empresa há duas semanas”. Áureo se profissionalizou como marido de aluguel e oferece serviços de manutenção domiciliar em Campo Grande. Hoje trabalha para sí próprio e disseminou sua marca no mercado, “Machadão: marido de aluguel”.

A empresá, que iniciou há pouco tempo já conta com um funcionário que o ajuda no serviço. “Quando trabalhamos para os outros oferecemos nossa vocação para enriquecer uma empresa que não é nossa. Podemos utilizar essa vocação e a vontade de empreender a nosso favor”. 

Apesar da crise, não há momento ruim para empreender

Segundo dados do IBGE. o desemprego foi a 9% no trimestre de agosto a outubro de 2015 o maior desde 2012. O número de desempregados chegou a 9,1 milhões de pessoas no país. Três meses antes, esse número era de 8,6 milhões.

A analista afirma que apesar da crise financeira, não há momento ruim para empreender, “sempre tem alguém precisando de algum serviço”. Mas, ela orienta que as pessoas devem procurar planejamento, ao invés de priorizar a pressa. “A chance de quem planeja é muito maior, do que de quem não planeja”.

A ideia e o planejamento são os passos iniciais para um empreendimento, mas o diferencial, segundo Michele, está na criatividade ao oferecer o produto. “O que o cliente procura é um atendimento personalizado, além da qualidade no produto. Ou seja, se ele quer o produto em casa, ou quer sair para comprar, deve estar dentro do planejamento”, finaliza. (Texto sob supervisão de Ludyney Moura)

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