Um grupo de empresários participou de reunião nesta quarta-feira (30) com o secretario Jaime Verruck, da Semagro (Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), para discutir questões sobre a cota zero, projeto que proibirá a pesca amadora nos rios do Estado. Com o decreto os peixes pescados deverão ser todos devolvidos ao rio e não poderá mais ser levados pelos pescadores amadores.

O secretário disse que, durante o debate, uma nova reunião acabou sendo marcada para a próxima segunda-feira (4), onde apenas representantes dos empresários do ramo deverão participar.

Segundo Verruck, uma das primeiras questões na reunião foi acalmar os empresários, explicando que a lei ainda não entrará em vigor a partir do dia 1º de feveiro, como haviam pensado, e que muitos detalhes ainda serão apresentados.

“Nossa preocupação é fazer uma recuperação dos recursos pesqueiros do Mato Grosso do Sul. O que tivemos aqui hoje, foi receber várias sugestões, como tamanho dos peixes permitidos [para pescar e levar], fiscalização e educação ambiental”, disse.

Uma das reivindicações dos empresários foi pedir maior fiscalização nas cachoeiras do Estado, pois segundo eles, pescadores praticam pesca ilegal e em grande quantidade em quedas d’água. Outra questão que deverá ser debatida na próxima reunião é a educação ambiental dos pescadores amadores.

“Para estabelecer cota zero, tem uma série de orientações sobre os apetrechos da pesca para não causar morte do peixe, porque não adianta nada pescar e soltar, mas o peixe morrer”, afirmou Verruck.

Medo de prejuízo

Se por um lado o Governo quer preservar os cardumes, por outro, os empresários afirmam que a quantidade de peixes levados pelos pescadores amadores nos pesqueiros é insignificante quando comparados às pescas ilegais nos rios de MS.

Representante do grupo, José Carlos Oliveira, disse que a decisão do governo pode ser equivoca e que pode prejudicar o turismo em Mato Grosso do Sul. “A reunião hoje foi muito produtiva porque a gente pode dar várias ideias e colocamos nossas reivindicações, porque vivemos no campo e sabemos a realidade do ramo”, disse a reportagem.

O empresário que atende pescadores amadores contou que, em 2015 uma decisão parecida foi estabelecida e logo depois, o governo voltou atrás. “É melhor o Governo ouvir a gente agora do que tomar uma medida e depois de alguns meses, voltar atrás”, contou.

O bloqueio feito por pescadores no Rio Paraguai no início da noite desta terça-feira (29) terminou na manhã desta quarta-feira (30). Conforme Vagner Amaral de Andrade, empresário que vende iscas na cidade, os empresários entendem a preocupação do Estado em querer preservar o meio ambiente, mas essa pode ser uma decisão que prejudicará a renda de muitas pessoas.

“Pelo menos 70% da economia de vem do turismo. Tinha uma pousada, por exemplo, que tinha agendado 6 grupos para virem pescar, mas depois dessa notícia, 5 cancelaram e apenas um vai vir”, contou Vagner.