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Cotidiano

Saúde não constatou maus-tratos em menina morta que passou 30 vezes por atendimento

Apesar da quantidade de idas ao posto de saúde, ninguém suspeitou de violência contra a criança
Priscilla Peres -
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Foto: Henrique Arakaki/ Midiamax

O protocolo manda que profissionais de saúde denunciem à polícia e ao conselho tutelar caso de maus-tratos em crianças, quando constatado em atendimento. Mas mesmo em 30 visitas à unidade de saúde, ninguém suspeitou de agressões na criança de 2 anos morta.

A criança morreu na quinta-feira (27) e foi levada pela mãe até o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. Ela chegou até lá morta e, segundo relatos médicos, haviam hematomas pelo corpo e sinais de estupro.

A mãe e o padrasto estão presos, suspeitos do crime. A Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, afirma que mesmo em 30 consultas em unidades básicas de saúde, em nenhuma delas houve constatação de maus-tratos.

Isso significa que nenhuma denúncias foi feita. Pois caso houvesse a constatação pela equipe de saúde, Conselho Tutelar e Polícia deveriam ser acionados. O que nunca ocorreu neste caso.

Ainda de acordo com a Sesau, há relatos de vômito, febre e ossos quebrados, entre os atendimentos feitos à criança de dois anos.

O sistema municipal de saúde também não se atentou a quantidade de consultas. Todas ficam salvas no prontuário médico da criança. Porém, devido a rotatividade de profissionais nas unidades e turnos, ninguém teve dimensão da quantidade de atendimento.

Família denunciou agressões há 1 ano

família da criança já havia denunciado o padrasto e a mãe da menina pelo crime de maus-tratos há 1 ano. Tanto a mãe como o padrasto da criança estão presos.

O primeiro registro feito por maus-tratos foi no dia 31 de dezembro de 2021, pelo pai da menina, na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente). Nele o pai narra que foi casado com a mãe da criança por 3 anos, e que após a separação tinha direito a visitas livres, e toda vez que ia buscar a filha, a criança estava com hematomas.

Quando questionava a ex-mulher sobre os machucados da filha, a mulher relatava que a criança havia caído ao brincar com um gato. Toda vez que a menina ia para sua casa estava machucada e ele passou a questionar a mãe da criança insistentemente.

Os hematomas pararam de aparecer por um tempo. O pai da criança ainda disse que conversou com sua ex-sogra que relatou que a filha estava maltratando a neta constantemente e que a menina era mal alimentada e vivia em condições insalubres.

O outro registro de boletim de ocorrência foi no dia 21 de novembro de 2022, quando a criança apareceu com a perna quebrada e com hematomas nas costas. A mãe da criança disse ao ex-marido que a filha havia caído no banheiro.

A criança chegou a ser levada para a ser ouvida por psicólogos na DEPCA, mas como tinha pouca idade não foi possível realizar escuta especializada. Na época, foi pedido exame de corpo de delito.

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