Pular para o conteúdo
Polícia

Presa pela morte da filha de 2 anos, mulher diz que tinha medo de denunciar o marido

Ela alegou que o companheiro ameaçava tirar a criança dela caso o denunciasse
Renata Portela -
Compartilhar
Menina de 2 anos teria sido morta em casa - Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

Em depoimento, a mulher de 24 anos que está presa pela morte da filha, de dois anos, disse que tinha medo de denunciar o atual companheiro. Ela ainda alegou que percebia sinais de abuso na criança quando ela voltava da casa do pai, de quem está separada, mas não relatou ter feito denúncia.  

Série de abusos e agressões foram reveladas na noite de quinta-feira (26), após a menina de dois anos dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino já sem vida. Assim, mãe e padrasto da criança foram presos.

Para a polícia, a mulher disse que a filha começou a passar mal na noite de quarta-feira (25), com dores no estômago e vômito. No entanto, deu remédio para a criança, que teria melhorado.

Já na quinta-feira, a menina acordou pedindo comida, mas acabou vomitando e relatou novas dores no estômago. Então, à tarde a menina dormiu, acordando pior já por volta das 15h30.

Ainda segundo a mãe, a barriga da criança inchou e ficou dura, quando decidiu levar a filha ao médico. Assim, a mulher alega que a menina começou a ter dificuldades para respirar.

Apesar do trajeto entre a casa e o posto de saúde durar 10 minutos, a médica que atendeu a criança confirmou que a menina já estava morta há pelo menos quatro horas.

Confirmou agressões

Também segundo a mulher, os hematomas encontrados na criança teriam sido causados pelo padrasto na última semana. Ela confirmou que o homem tinha hábito de agredir as crianças.

Ainda segundo ela, essas agressões seriam ‘corretivos’. Já sobre os sinais de abuso, a mulher alegou que percebia outras vezes o órgão genital da menina avermelhado quando ela voltava da casa do pai.

No entanto, não disse ter feito qualquer denúncia pela suspeita de estupro. A mulher ainda afirmou que o padrasto era quem dava banho na criança e que, quando chegava, a menina já estava de banho tomado e vestida.

Por fim, disse que tinha medo de denunciar o companheiro porque ele ameaçava tirar a filha dela. Já o padrasto da menina, também preso, permaneceu em silêncio no depoimento.

Enquanto isso, o pai da criança foi ouvido como testemunha. Ele contou que buscava a filha para visitas e ela sempre tinha hematomas pelo corpo.

Por isso, registrou dois boletins de ocorrência por maus-tratos, em novembro de 2022 e dezembro de 2021. A mãe da criança é apontada como suspeita em um deles e está como autora em outro boletim. Tais registros foram feitos na DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).

O que foi observado na UPA

Segundo o relato da médica, quando a criança chegou à unidade de saúde, ela já estava morta há pelo menos 4 horas com sinais de rigidez.

Além disso, havia hematomas por todo o corpo e sangramento pela boca. Ainda segundo a médica, a mãe estava estranhamente tranquila e só ficou nervosa quando foi informada que a polícia seria acionada.

Ainda nos exames feitos na UPA, foram constatados os sinais de estupro na criança. Com a chegada dos policiais, a mãe negou que tivesse levado a criança até a UPA já morta.

30 atendimentos médicos na ficha da criança

Também foi apurado pela polícia que a criança já tinha no histórico médico o registro de 30 atendimentos feitos e, em um deles, constava fratura de tíbia.

Presos, mãe e padrasto responderão pelo infanticídio e também são apurados os crimes de estupro de vulnerável e maus-tratos.

Vizinhos ouviam os choros

Choros constantes eram ouvidos da casa onde a pequena de dois anos vivia com a mãe, padrasto e irmão.

Uma vizinha contou ao Jornal Midiamax que, na semana anterior, encontrou com a menina e a mãe em um supermercado e tudo aparentava estar bem. Inclusive, disse à reportagem nesta manhã que não sabia que a menina havia morrido.

Ainda segundo a testemunha, ela ouvia o choro da criança que vinha da residência. Também outro vizinho afirmou que sempre ouvia o choro da criança, mas disse que “criança chora mesmo”.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados